Na semana entre o Natal e Ano Novo, costumo passar com os meus pais. Tiro essa semana pra me desligar completamente de tudo e focar em coisas diferentes, ainda que mantenha o meu hábito de escrever, planejar, mas sempre abrindo a possibilidade de novas ideias chegarem. É como uma semana fora do calendário: saio da rotina, experimento coisas novas, escrevo sobre assuntos diferentes, me permito sair do quadradinho.
Como única vegetariana na casa, costumamos fazer, além das comidas tradicionais que eles gostam, um prato sem carnes, que vai por minha conta. Dessa vez fiz uma espécie de escondidinho (ou escondidão) de batata recheada com proteína de soja, substituindo a carne moída. O gratinado ficou por conta do queijo derretido com parmesão ralado. Essa é daquelas comidas que como na noite do Natal, no dia seguinte e até quando acabar a travessa. Acho que acaba hoje, já que não estou me contendo com pequenos pedaços.
Na noite de natal peguei minhas Mandalas Lunares, tanto de 2024 quanto a de 2025, pois sim, precisei trazer ambas pra virada do ano, fazendo mais peso na minha mochila, mas tudo bem, prioridades, não é mesmo?
Folheei a deste ano, relembrei algumas memórias, tanto boas quanto dolorosas, vi fotografias e me diverti, orgulhosa de ter mantido, por mais um ano, os registros dos meus momentos. Desde que voltei a escrever no papel tenho percebido que a Mandala Lunar é o melhor suporte pra essas memórias, já que ela segue o calendário Lunar em vez do Solar, o que combina muito mais comigo que sigo as estações do ano, fases da lua e outros marcos da natureza pro meu autoconhecimento e espiritualidade.
Uma coisa que nunca comentei é que temos, desde o começo do ano (2024) um terreno para onde vamos sempre que estou por aqui, na casa dos meus pais. É bem pertinho de onde estamos e costumamos passar a manhã, ou a tarde, fazendo melhorias, plantando e cuidando das plantas, arrumando pra, quem sabe, construirmos no futuro.
A primeira coisa que decidimos fazer foi o muro, pra podermos deixar o Teddy correr livremente. Infelizmente ele aproveitou muito pouco antes de tudo que aconteceu, mas o Theo, irmãozinho do Teddy que agora está conosco, adorou o fato do mato ter crescido após os últimos dias chuvosos.
Meu pai, enquanto molhava as plantas com a mangueira, jogava água na direção dele que aprendeu a pular no ar tentando morder a água. A brincadeira foi tão boa e refrescante que pretendemos fazer sempre, assim ele não fica com tanto calor como tem feito esses dias.
Viramos a noite de Natal nós quatro mesmo, como sempre tem sido: eu, pai, mãe e Theo, que dormiu antes da ceia. Algo que acho muito bonitinho nele é o fato dele ser super independente: quando bate o sono e a vontade de dormir, ele se retira e vai pro quarto, sozinho, se enfia debaixo do edredom e não quer mais saber de ninguém.
Tivemos a ideia de (re)assistirmos o show do Michael Flatley – Feet of Flames, que eu tanto amo! Fazia alguns anos que eu não assistia e foi muito bom perceber nuances da dança, da coordenação e da narrativa do show depois de alguns anos. Sempre que reassisto algo, tento buscar o que dessa vez eu percebi que não havia notado anteriormente. Isso acontece também com Interestellar, filme que parei de contar na 15ª vez. Sim, meu hiperfoco em astronautica, astronomia e exploração espacial está mais on que nunca. 🙂
Já no dia 25, resolvemos assistir a um show dos Beach Boys, por sugestão da minha mãe. Quando encontramos no Youtube um show mais recente deles e demos play, a luz de Itaipuaçu acabou e foi um caos. Calor, muriçocas e celulares quase descarregados. Decidimos então dormir, pois não havia mais o que fazer, apenas aproveitar os últimos suspiros da bateria do celular com a tela diante dos olhos até o sono chegar, o que foi bem difícil devido ao calor. Finalmente a energia voltou por volta das 3h da manhã e pude ter meu sono tão merecido.
Esses dias têm sido bastante chuvosos, exceto aquela manhã do dia 25 quando fomos ao terreno. Sigo curtindo a tranquilidade da cidade pequena, sentindo o cheiro da chuva, curtindo os dias com meus pais e claro, comendo muitos quitutes do Natal e me preparando pra emendar com o Ano Novo. Aliás, aqui em casa nós comemoramos o fim de ano desde o dia 18 de dezembro, aniversário da minha mãe até 4 de janeiro, aniversário do meu pai. Uma pena não podermos prorrogar até 18 de abril, acho que aí seria demais.
Bem, que delícia escrever assim, pra mim mesma. Quero, no futuro, ler esses textos, ver essas fotos, como um diário mesmo. Eu sinto que aqui escrevo pra mim, embora eu tenha um “querido diário”, meu interlocutor, que são vocês. Mas há uma diferença enorme daquela pressão da produção de conteúdo pra Instagram, cheio de regras de marketing, de como viralizar conteúdo, de como ter mais alcance… lá, eu sentia como se tivesse competindo por atenção (e na verdade estamos mesmo, né!).
Aqui, sinto como se vocês fossem meus queridos convidados, com os quais tomo um chá e bato um papo nos comentários. Sinto-me mais confortável também em contar detalhes da minha vida, mas sem uma superexposição. Parece que eu sei bem o limite, pois sempre havia feito exatamente assim. Aliás, escrevi um esboço de uma reflexão sobre isso e pretendo depois, com calma, elaborar melhor em um post.