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Quanto vale o seu like?

Quanto vale o seu like? | Blog Camile Carvalho

Durante muitos anos, ainda quando eu cursava Especialização em Mídias Digitais, fui uma pessoa crítica e observadora do comportamento humano diante das Redes Sociais. Os anos se passaram e acabei mudando meu foco pra outro objeto de estudo. Depois de passar 2020 afogada em crises de ansiedade, segurando o celular para onde eu ia e checando as redes sociais de 5 em 5 minutos, percebi que apesar de todo o contexto de pandemia somado a outros motivos pessoais, eu não estava fazendo um bom uso das redes sociais.

E era sempre o mesmo: um minuto de pausa era o suficiente para pegar o celular, abrir o instagram e rolar o feed distribuindo curtidas a cada foto que eu via passar. Sim, eram fotos bacanas, eram pessoas queridas… Mas o que, de verdade, significa curtir uma foto? Que mensagem eu estava passando pra pessoa? E para mim?

  • A maioria dos likes são vazios.
  • São apenas um check de que passamos por ali.
  • Apenas um sentimento de aprovação, talvez… tal aprovação que o produtor de conteúdo espera.
  • Quanto mais likes, melhor.
  • Se eu tiver muitos likes, fui aceito. Fui validado.
  • Mas se eu não tiver muitos likes… meu post foi um fracasso.

Na pior das hipóteses, EU sou um fracasso.

Mas, entre mudanças de algoritmo das redes sociais (que faz sua foto aparecer pra pouquíssimas pessoas) e a vontade de mostrar nosso conteúdo, qual seria a solução? Talvez, um uso com mais intenção das Redes Sociais. Uma navegação desacelerada, consciente e de fato estabelecendo um contato com a pessoa que postou o conteúdo e que você admirou. Um tempo reservado apenas pra isso, como tiramos um tempo pra desfrutar de um livro. Estabelecer conexões reais. Seguir pessoas com as quais queremos estabelecer tais conexões. Seletividade…

Eu estou iniciando esse movimento por aqui. Pela minha saúde mental e pela valorização do conteúdo das pessoas que sigo. Se você leu até aqui, me conte sobre seu comportamento com as redes sociais. Você costuma apenas rolar o feed deixando likes ou gosta de estabelecer conexões mais profundas com quem segue?

Categorias: Redes Sociais

Os likes nas redes sociais e o movimento slow internet

Sobre likes nas redes sociais - Blog Camile Carvalho

Dando continuidade à saga das reflexões sobre as redes sociais, hoje vim escrever sobre outra questão relacionada à interatividade com quem acompanhamos. Afinal, por qual motivo distribuímos tantos likes? O que, afinal, representa o ato de clicar numa mãozinha (ou coração) e seguir a vida?

Na minha opinião, as redes sociais que usam o sistema de feed (sistema de rolagem contínua da tela que constantemente atualiza) nos instigam a permanecer nelas a maior quantidade de tempo possível. Isso é uma vantagem, já que quanto mais tempo ficamos olhando a tela, mais eles conseguem compreender nossos hábitos de comportamento para filtrar que tipo de anúncio exibirão para nós. Sim, é tudo relacionado a dinheiro.

A ideia é que passemos o tempo rolando a tela, inertes, com o mínimo de esforço possível, e daí surgiram os likes.

É muito simples: no Facebook, basta clicar numa mãozinha. No Instagram, basta clicar num coração ou duas vezes sobre a foto, e o ato se torna mecânico. Rola a tela, clica, rola, clica, e assim passamos minutos observando, inertes, pedaços da vida alheia sem qualquer tipo de interação. Nos tornamos passivos, olhamos uma foto, sorrimos. Olhamos outra, não gostamos, passamos pra próxima. E o clique no gostei, no like, no coração é como se fosse uma validação simples de “passei por aqui, já cumpri minha missão como amigo/seguidor dessa pessoa”.

É estranho, pra não dizer desesperador, o quanto vamos nos acostumando a ter novos comportamentos e passamos a achar tudo normal. Aonde, de fato, está a interatividade real quando adotamos um ato mecânico de checar as redes sociais pra ver as novidades e sair clicando, fazendo um check-in automático em tudo que vemos? Eu já estive nesse lugar. Já acordei e a primeira coisa que fiz foi pegar o celular. Já fui dormir e a última coisa que olhei foi o feed do Instagram. E vou te falar, uma vez que nos acostumamos, é difícil mudar o hábito. Mas não impossível.

Sei que muitos leitores aqui sequer gostam de redes sociais. Mas sei também que muitos não largam o celular, o Facebook, o Instagram. E é com vocês que quero conversar.

Para quem é viciado em redes sociais…

Que tal, ao invés do ato mecânico de clicar em gostei, passássemos a deixar comentários construtivos? Um comentário real, elogiando aquela sua amiga que cortou o cabelo. Ou uma mensagem de incentivo a alguém que compartilhou que não passa por um momento bom na vida. Um comentário com alguma dúvida, alguma resposta a alguém que perguntou algo. Por que não usamos a rede social para, de fato, socializarmos? Na minha opinião, isso mudaria bastante a forma como nos relacionamos com quem decidimos acompanhar. Ali sim, estaria uma forma mais concreta (se é que isso é possível) de mostrar presença, de mostrar que se importa, de verdadeiramente acompanharmos uma pessoa.

Mas, se eu sigo muitas pessoas, perderei muito mais tempo fazendo isso, não?

Vamos à faxina digital…

Que tal fazermos uma faxina nas nossas redes sociais, então? Seguirmos pessoas que realmente nos fazem sentir bem. Que produzem conteúdo que se adequa ao que pensamos, ao que gostamos, que não nos deixe pra baixo. Sabe aquela blogueira que sempre que publica algo você se sente mal, feia, diminuída ou pra baixo por não ser rica, bonita nem com possibilidade de fazer todas as viagens como ela? Pra que você a segue? Ela é realmente inspiração? (acredite, na maioria das vezes é tudo produzido, viu?)

Selecionar melhor quem seguimos, quem decidimos colocar no nosso círculo de “amizade” online é uma forma de respeitarmos a nós mesmos através da valorização do nosso próprio tempo. E assim optando por qualidade e não quantidade, podemos utilizar as redes sociais como forma de interação, de conversa, de diálogo, não apenas um jeito de alimentar um vício de rolar a tela infinitamente clicando de forma mecânica nos likes e corações da vida. Vamos interagir mais? Vamos fazer uma faxina digital? O que você anda fazendo com seu tempo? Criando laços ou apenas rolando a tela?

Por uma internet sem pressa, com mais presença e interação de verdade. 

Categorias: Tecnologia

Como organizar o Facebook

Como organizar o Facebook | Vida Minimalista #vidaminimalista

O Facebook tem dividido opiniões ultimamente. A cada dia vejo mais pessoas que estão dispostas a reduzir o uso, excluir quem não conhecem e até mesmo deletar o perfil. Propagandas, memes e discussões sem sentido acabam poluindo o espaço nos causando estresse e nos fazendo perder o tempo.

Devo admitir que houve uma época em que saí excluindo diversos contatos, pra manter minha conta mais limpa, só com pessoas muito próximas e familiares, mas como tenho este blog, é normal que meus leitores se identifiquem e queiram manter um contato mais próximo. Foi pensando nisso que decidi tornar meu perfil mais público e aceitar todos que desejassem entrar em minha lista de amigos por lá.

Passei de uns 30 contatos para mais de 200 em pouco tempo e novamente me vi perdida em assuntos que não me interessavam, memes chatos, bichinhos fofinhos e diversas postagens, pois mesmo não me interessando, eu acabava lendo. Pensei na possibilidade de deletar minha conta, mas ainda preciso me comunicar com familiares de longe, amigos da faculdade e administrar o grupo do blog e a fanpage. Foi então que tomei algumas medidas pra reduzir as distrações na rede social sem afetar minha participação, além de reduzir meu tempo conectada.

Criei listas de amigos

Acho que a melhor decisão que tomei foi criar listas de amigos. Reservei um tempo pra classificar meus contatos em Família, Melhores Amigos, Faculdade, São Paulo, Música, Blog entre outras categorias. Quando quero saber notícias de meus amigos de São Paulo, por exemplo, clico na lista e leio as postagens deles.

Deixei de seguir todos os amigos

Ao passo que fui adicionando meus amigos em listas, fui também clicando em “Deixar de seguir”. Na minha timeline não tem mais atualização de amigos, pois quando quero me informar, entro na página deles ou clico na lista correspondente. Na verdade nem tenho feito muito isso, prefiro mandar mensagem SMS ou encontrar pessoalmente pra um bate-papo.

Deixei de curtir algumas páginas

O que eu curtia ano passado pode não ser mais interessante hoje. Página de lojas, produtos e algumas bandas foram “descurtidas”. Agora só aparecem atualizações do que gosto e é relevante. Recebo o feed dos meus blogs preferidos no Bloglovin e também pelo twitter, que acho bem mais útil que o Facebook.

Saí de alguns grupos

Da mesma forma que fiz com as páginas, alguns grupos que ingressei no passado já não fazem mais sentido participar hoje e os deixei para trás.

Timeline mais limpa

Apesar da poluição visual e da enorme quantidade de propagandas na timeline, agora recebo na página principal apenas notícias sobre as páginas que curto e os grupos que participo. Meu facebook virou um feed de notícias de assuntos que me interessam e limitei meu acesso a algumas vezes por dia apenas. Meu próximo passo será excluir o ícone do Facebook no meu celular e limitar meu uso na rede social apenas no computador.

Ainda não vou deletar meu perfil, mas com estas medidas tenho conseguido me livrar um pouco do excesso de informações que bombardeavam minha página cada vez que eu conectava. E você, ainda usa facebook? Como faz pra administrá-lo?