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Tralha digital: está na hora de desapegar

Organizando aplicativos do celular

Sempre nos preocupamos em jogar fora nosso lixo, reciclar, livrarmos do que não nos faz mais bem, mas e quanto ao lixo digital? Será que guardamos muita tralha sem necessidade?

Com a facilidade de armazenamento digital, que cada dia expande seus limites, temos a sensação de poder, finalmente, guardar tudo o que temos de forma segura, nas nuvens ou no próprio HD externo. Livros em PDF, músicas em MP3, filmes e documentos pessoais acabam sendo guardados para serem lidos mais tarde, escutados em algum momento ou consultados depois. Mas e quando isso tudo se torna uma tralha digital?

Uma revisão periódica é fundamental para fazermos um declutter também em nossos computadores e hardwares de armazenamento. Apesar do sistema de busca e tags estarem cada vez mais eficientes, encontrar um arquivo que precisamos pode se tornar complicado em meio a vários lixos que guardamos sem necessidade.

Quantas fotos ruins você tem em seu HD? E quantas músicas repetidas? Filmes que já assistiu, documentos obsoletos? Vamos jogar tralha digital na lixeira e liberar espaço em nossos computadores – ou nas nuvens? Afinal, esvaziar a lixeira digital também nos dá uma sensação maravilhosa de minimalismo, limpeza e liberdade. Aperte o delete você também.

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Categorias: Desapego

Destralhando a gaveta de eletrônicos

Já faz um bom tempo que não faço um mega destralhamento (ou declutter, como preferirem) e aproveitei que acordei gripada pra passar o dia em casa descansando e arrumando o quarto. Coloquei uma boa música, sentei-me no chão e, com uma garrafa d’água ao lado e uma câmera na mão, criei coragem pra encarar novamente este desafio.

Tenho algumas gavetas, como a de eletrônicos, que não organizo com tanta frequência porque o que guardo ali, quase não uso no dia-a-dia. E foi pensando nisso –  no fato de quase não usar o que tem guardado lá – que decidi começar por ela. Teoricamente seria um lugar para guardar cabos de meus eletrônicos, CDs de instalações e algumas embalagens e etiquetas, mas sejamos sinceros, havia muito mais do que isso na gaveta. Como deixei acumular tanta tralha?

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Você consegue ver o que tem lá dentro? Nem eu!

Não adianta tirar item por item pra pensar o que fazer com ele. A melhor maneira de fazer uma super arrumação é jogar tudo no chão do quarto. Assusta, é verdade, mas ali podemos ter uma visão geral do que guardávamos. Confesso que muito do que vi, nem sabia que ainda tinha guardado.

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Manual de câmeras, CDs de instalação, fone que comprei na Liberdade (com qualidade ruim), tudo isso e mais um pouco estava na minha gaveta

Uma forma que acho divertida pra fazer um destralhamento, é utilizar Post-Its para demarcar espaços no quarto, como o local que ficarão os itens para o LIXO, DOAÇÃO, entre outros. Voltei pra gaveta apenas o que realmente era necessário, guardei no local correto o que não pertencia ao meu quarto e fui colocando no canto LIXO o que era pra ser descartado. Não fiz uma separação de Papel/Plástico porque preferi focar nisso depois, mas eu sempre separo tudo pra reciclagem.

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Isso tudo saiu de uma gaveta!

Também descobri que eu tinha uma lata quadrada, na qual guardava uma pilha de CDs de instalações de programas do computador. Ora, fazia tanto tempo que eu não mexia nessa lata, que a maioria dos programas estavam obsoletos! Além do mais, boa parte dos CDs que acompanham um Hardware contém drivers para instalação que podem ser facilmente encontradas pela internet. Joguei tudo na pilha “lixo” e mantive apenas quatro, com instalações de Windows e dos drivers da minha impressora que é extremamente chata pra funcionar (constantemente tenho problemas de instalação com ela).

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Vocês conseguem ler a capinha do CD de instalação do Velox? Sim, eu tinha isso guardado!

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E então temos o resultado final:

– À esquerda, minha case de CDs e DVDs onde guardei os 4 CDs de instalações que mantive. Em vez da lata com CDs de instalações, peguei a case que estava na outra gaveta, com DVDs de filmes. Ainda vou fazer um declutter nela, mas não hoje.

– Ao fundo da gaveta, meu bloco de desenho, embalagens para livros (vivo enviando livros pela troca do Skoob) e etiquetas.

– À direita, uma caixinha de sorvete que eu já tinha, com cabos, mouse sem fio, pilhas recarregáveis e minha capinha de celular.

– Planner e Moleskine, onde faço minhas anotações.

Como vocês podem perceber, a gaveta agora está leve e com poucos itens. Ainda pretendo minimizar mais, substituindo alguns itens por outros de melhor qualidade – aos poucos – como por exemplo cabos multifuncionais, um mouse sem fio de melhor qualidade (este logo acaba a pilha) e acabar com minha case. Meu fone de ouvido que mostrei lá em cima vai pra doação. A qualidade do som não é tão boa e devo ter gastado uns R$ 20 nele quando fui à Liberdade (SP). Acabei me empolgando porque “era bonitinho” e trouxe pra casa um item de pouca qualidade e que machuca meus ouvidos (!). Ainda estou pensando se invisto em um fone bom que vá durar muitos anos.

Eu estava sentindo falta de fazer um post nesse formato, com várias fotos mostrando como estou me organizando e me livrando do supérfluo. Fiquei um tempo sem organizar nada, tanto por falta de inspiração quanto por falta de tempo, e hoje acordei inspirada, mesmo gripada e com muita dor de garganta. A sensação que temos depois de tudo organizado é maravilhosa, nos dá uma paz imensa e leveza. Sei que foi só uma gaveta, mas para quem está há muito tempo parado, atacar por partes pode ser melhor que tentar organizar tudo de uma vez.

obs1.: Joguei fora manuais antigos, mas mantive apenas o da minha câmera fotográfica. Não uso todos os recursos que ela tem e volta e meia dou uma olhada para saber como fazer determinado ajuste nas configurações.

obs2.: Fiz algumas mudanças no layout do blog, estava achando tudo branco demais, então adicionei um tom leve de cinza ao fundo e reorganizei as categorias. Pretendo fazer um post em breve falando das mudanças que ocorreram e que irão acontecer ainda por aqui.

Espero que tenham gostado! Obrigada, pessoal!

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Categorias: Desapego

Reflexões sobre o desapego

Reflexões sobre o desapego | Vida Minimalista

Hoje eu vou contar um pouco sobre uma reflexão que tive ao destralhar uma das partes do meu guarda-roupa hoje. Nele guardo algumas pastas, resultado de um antigo mega-declutter, um dos primeiros que fiz no meu quarto em 2010. Desde então mantive esse lugar inalterado, sem guardar nem retirar mais nada, pois no meu subconsciente ali estava organizado. Eu sequer mexi no que tinha ali durante esses anos.

Em 2010 eu era bem diferente. Tinha outro gosto musical, curtia outros artistas, frequentava outros lugares e tudo o que era importante para mim, guardei como lembrança para o futuro. A questão é: o que fazer no futuro com aqueles objetos?

Um dos meus orgulhos de 2010 foi participar da produção do evento Rio Comicon. Nele conheci várias pessoas bacanas, que se tornaram meus amigos até hoje. Desenhistas, artistas famosos e outros que ainda não eram. Coordenei as oficinas que ocorriam simultaneamente às palestras e estandes, sendo uma semana muito intensa, que nunca me esquecerei.

Cada momento está guardado no meu coração e hoje, quando me encontro com tais amigos que conheci por lá, sempre acabamos recordando de alguns momentos do evento. Ganhei diversas revistas autografadas e guardei cada papel, pulseira, crachá, anotação, etc. Foi muito gostoso abrir a pasta hoje e me lembrar dessa época, mas ali havia também papeis que nada significavam para mim, não me faziam recordar de nada em especial, apenas do evento como um todo. Fiquei na dúvida se deveria jogá-los fora ou não, quando uma voz em minha mente argumentou: Mas tudo isso é a prova de que eu estive lá. 

É isso! Temos o costume de guardar objetos, não pelo fato deles nos fazerem recordar do que vivemos, mas sim como uma prova concreta de que foi real. Mas, se eu sei que foi real, para quem queremos provar algo? Para os outros?

Me dei conta de que guardo muita coisa com o sentimento de que aquilo é uma prova (aos outros) de que o que vivi foi real. Mas quando vamos usar tais provas? Provavelmente nunca. E para que precisamos provar algo desse tipo a alguém? Definitivamente não faz sentido.

Abri novamente a pasta e retirei tudo o que tinha dentro. Apenas poucos papeis voltaram. Apenas aqueles que realmente achei bacana guardar. Até o próximo destralhamento.

Nessa arrumação percebi que acabamos acumulando coisas pensando que no futuro vamos precisar delas para validar o que vivemos. É como uma prova de que aquilo realmente ocorreu, e mais do que isso, uma prova aos outros. Com isso, guardamos coisas do passado que nos prendem a algo que já vivemos.

Em vez de ficarmos nos afirmando quem fomos, por que não tentamos viver o que estamos sendo agora? Se um dia eu fui algo, hoje eu não sou mais. Objetos guardados pouco importam nesse caso.

E a cada dia vou construindo um novo ser, aprendendo a cada passo a me desapegar do passado e vivendo mais no presente. Não podemos construir um futuro baseado no passado, mas sim no presente. E se não estamos de fato presentes, nada faz sentido. Não importa quem fui ou quem serei. Importa o que estou fazendo agora.

Essa foi mais uma lição que aprendi. Pois para mim, cada destralhamento é um aprendizado. Cada destralhamento sou posta frente a frente com alguma situação que terei que aprender a lidar. Cada destralhamento eu me conheço mais. É uma espécie de meditação, de autoaprendizado. E isso me faz bem.

E você, vive muito do passado?

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