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Espécie humana: uma mutação deletéria

Sempre me pergunto se realmente somos uma espécie evoluída. Afinal, o que é evolução? Segundo a biologia, evolução é quando ocorre uma mutação genética alterando as características nas gerações posteriores. Através das mutações pode-se adaptar ao local ou não. Alguns tipos de mutação são consideradas benéficas para a espécie, fazendo com que sobrevivam por mais tempo em determinado local. 
Há porém, as mutações deletérias. Estas são aquelas que conferem uma característica aos descendentes de uma espécie, que faça com que haja sua extinção. A seleção natural ocorre através das diferentes mutações e adaptações da espécie no ambiente.
O que é praga? Praga nada mais é que uma espécie que consome seus recursos naturais, e logo após migra, para consumir e destruir outro ambiente, e assim sucessivamente. Após esgotarem os recursos – os quais essas espécies não têm a consciência de que são finitos – entram em luta pela sobrevivência e se autoexterminam.
Alguma semelhança com a espécie humana? O ser humano, ao meu ver, não passa de uma mutação deletéria que não tem recursos físicos de autoproteção. Não temos uma carcaça rígida para proteger todo o tecido mole exposto. Não temos agilidade para fuga. Não temos asas para voar, muito menos garras e dentes para ataque e defesa. E foi com essa fragilidade que a espécie desenvolveu recursos para proteção, como agrupar-se em cavernas e confecção de lanças e outras armas.

Evoluímos tanto que chegamos ao ponto em que estamos: Prédios, sobreposição de moradias, verticalização. O excesso de população, a distribuição desigual de riquezas e exploração inconsequente dos recursos naturais nos fizeram ser o que somos hoje. Seres humanos evoluídos (?) que vivem num ritmo frenético, trabalhando como escravos do dinheiro para garantir uma boa aposentadoria. 

Que espécie evoluída é essa, que destrói o ambiente, esgota recursos, migra para destruir outro lugar, explora, disputa e mata? Não seria isso um conceito de praga?
Que espécie evoluída é essa que se acostuma com a miséria, que não se importa em destruir milhares de vidas em nome do dinheiro, de um deus ou de um ideal?
Que espécie evoluída é essa, que tem a prepotência de achar donos dos recursos naturais, manipulando-os e comercializando em troca de moedas e poder?
Não sei se algum dia já fui um pássaro, um cão ou uma árvore. Eu só sei que nascer pertencendo à espécie humana é, sem dúvida, angustiante e vergonhoso.

Somos mesmo seres evoluídos? Ou estará a nossa espécie com os dias contados? 

Categorias: Passeios Culturais

Exposição Índia no CCBB – Rio de Janeiro

Há mais de uma semana eu estava com vontade de visitar a exposição Índia que está no CCBB aqui do Rio de Janeiro, e hoje Michelle, Fernando e eu decidimos ir no final da tarde pra conferir. Apesar do ônibus me deixar a algumas quadras do centro cultural por causa do BRS, consegui não me atrasar tanto.
Centro Cultural do Banco do Brasil no Rio de Janeiro
Tendo como curadores Pieter Tjabbes e Tereza de Arruda, a exposição conta com 18 salas e, segundo o CCBB, aproximadamente 380 peças que contam a história cultural deste país que possui 1,2 bilhões de habitantes, 6 religiões e 22 línguas oficiais.
Logo na entrada podemos apreciar uma escultura do Ganesh em um altar de mandala e pétalas de rosas para que possamos jogar moedas como oferenda.
O primeiro andar do evento tem como tema “Homens, Reis e Deuses”. No segundo andar as peças são mais contemporâneas, de extrema importância para a cultura, e algumas criadas exclusivamente para a exposição.
Fotografias, instrumentos musicais (tablas) e esculturas de deidades (Shiva, Parvati e Ganesh)
Teatro de bonecos
Cartazes de filmes de Bollywood
Casas indianas.

Vestimenta de casamento.
Para quem gosta da cultura indiana, vale a pena visitar a exposição, apesar de algumas falhas. Uma delas é a falta de explicação mais detalhada sobre cada peça mostrada, como por exemplo o que cada imagem daquela representa para o povo indiano. Por diversos momentos tive que explicar aos meus primos, que não conhecem o hinduísmo, sobre cada imagem mostrada em esculturas ou quadros e o que eles representam para os indianos, como por exemplo Hanuman e Ganesha.
Outro ponto curioso, foi que não vi em momento algum nenhuma imagem de Krishna, que segundo a tradição Hindu é Deus, e outro ponto que me incomodou um pouco foi a “sala caminhos das índias”, dedicada à novela da Globo, achei desnecessário, pois quem conhece mesmo a tradição indiana sabe que essa novela foi muito teatralizada e fantasiada, pois a realidade indiana passa um pouco distante do que foi mostrado nas telas de TV. 
Arte contemporânea. Faltaram maiores informações.
Tirando esses pequenos detalhes, gostei bastante da exposição e recomendo, pois é sempre bom conhecer novas culturas, principalmente quando são muito diferentes do que estamos acostumados no ocidente. Particularmente fiquei feliz em relembrar um pouquinho do que vivi no templo em 2009.
A exposição se encontra no CCBB do Rio de Janeiro até o dia 29 de Janeiro de 2012. Não deixem de visitar, é gratuito e a entrada é de 9h às 21hs. 
Categorias: Cultura Celta

O Povo Celta

Sou uma apaixonada pela cultura Celta. Roupas, costumes, tradições e músicas me encantam e pra minha felicidade, estou estudando uma disciplina na faculdade chamada “English Culture“, que nada mais é que a história e tradição da Inglaterra. Como material de apoio, estamos usando o livro  “An Illustrate History of Britain” do David McDowall, que já começa falando sobre o povo Celta. Não preciso dizer que estou apaixonada por essa disciplina, não é? Ainda mais sendo ministrada em inglês britânico.
Os “henges” eram centros econômicos e religiosos, e o mais conhecido atualmente é o Stonehenge, que permanece um mistério. Sabe-se que foi construído em diferentes épocas, mas seu verdadeiro propósito ainda encontra-se desconhecido. Pensa-se que era como uma capital, onde chefes de vários grupos da Bretanha se reuniam. Há outras cópias do Stonehenge mais ao sul do país.
Os Celtas possuíam várias tribos e cada uma delas tinha seu chefe. Era um povo alto, ruivo e com olhos azuis, vindo provavelmente da Europa Central ou do Leste Europeu chegando pelo sul da Rússia. Eram tecnicamente muito avançados e sabiam trabalhar com o ferro. Faziam armas melhores que aqueles guerreiros que utilizavam apenas o bronze. Os Celtas são muito importantes pra história da região, pois são os ancestrais de muitos povos da Escócia, Irlanda e Inglaterra. Apesar do Inglês ser considerado uma língua Anglo-Saxã, o ideal seria considerá-la uma língua Anglo-Celta.
Eles viviam em uma sociedade agrária, mas com avançada tecnologia de cultivo do solo. Tinham uma grande preocupação com a assepsia e, assim como os romanos, procuravam estar sempre limpos e com vestimentas bem apresentáveis. 
Seus monges, os Druidas, eram os responsáveis por todo o conhecimento religioso, histórico, medicinal, legislativo e tantos outros necessários na sociedade. Druidas de diversas tribos se encontravam ao menos uma vez por ano, para trocarem experiências e conhecimentos. Não possuíam templos físicos – pois no paganismo Celta se considera que a natureza é o verdadeiro templo – e eles se reuniam em grutas e cavernas consideradas sagradas e sobre árvores, geralmente a de Carvalho, tão importante para a religião.
A árvore de carvalho, para os Druidas, é considerada sagrada, pois é a mais destacada da floresta, além de ser considerada uma das mais antigas, sendo a origem de todas as outras para a tradição druídica. O próprio nome “Druida” significa, em sua língua, “aquele que tem o conhecimento do carvalho”. O lendário mago Merlim era um druida da classe Filid, a mais alta classe.
Em breve falarei um pouco mais sobre a cultura Celta e a sociedade matriarcal.