Categorias: Escrevendo

O assassinato da escrita

Eu escrevo por prazer. Há quem consiga escrever sob pressão, mas hoje descobri que não, definitivamente não é a minha praia.

Na minha família há escritores. Personalidades do meio literário, inclusive membro da Academia Piauiense de Letras (in memorian) e, se eu herdei algum gene ligado à escrita, certamente não veio o maldito gene específico que facilita a escrita com prazo, data de validade e hora marcada (embora seja uma longa história essa ligação da minha família com a parte dos escritores).

Já trabalhei com tradução do espanhol para o português. Já trabalhei com jornalismo, escrevi artigos para jornal, revista, GC de telejornais da Record, mas nunca havia passado pela cruel experiência de produzir uma redação dissertativa-argumentativa exemplar para os alunos. Como assim exemplar? Eu não sou exemplo para ninguém! Escrevo certo por linhas tortas, divago, ando, paro, dou meia volta e volto. Acabo dando minha opinião. Ou não.

Com meu livro é diferente. Eu quero dar o melhor de mim, então apago, risco, rabisco sem medo de errar. Escrevo aqui e tomo um chá, e assim vou produzindo o que é meu, pois enquanto escrevo, matos não têm orelhas nem paredes ouvidos, ou seria olhos, boca? Tanto faz…

Ao meu ver, a escrita é uma arte. Quanto mais a estruturamos, mais distantes ficamos do que realmente queremos dizer. Escolher palavras, substituí-las, arrumar um sinônimo de última hora. Risca aqui, repara ali, e enquanto o tempo aperta, mais percebemos que o que está diante dos nossos olhos, já não é mais. Acabou, perdeu, dissipou-se como uma nuvem. As letras que ali brincavam, saltitante diante dos nossos olhos, deram lugar a cascas vazias, ocas, assassinadas friamente pela estrutura, norma gramatical, tópico frasal.

Um assunto que domino tão bem, escorrendo pelos meus dedos como água descendo bueiro adentro. Foi assim que me senti. Uma inútil tentativa de estruturar, padronizar, produzir algo exemplar. Eu não sou exemplo pra ninguém e ficaria feliz se todos seguissem meu exemplo.

Porém, contudo, todavia, pode-se concluir que o que importa é apenas let it be, pois no final de tudo, não adianta, sempre haverá a conclusão.

Categorias: Cultura Celta

Feliz Beltane!

Alguns comemoram em Outubro, outros comemoram no dia 1º de Maio, como no hemisfério norte. O Beltane, ou festa da fertilidade, é uma tradição Celta desde os tempos antigos e que sobrevive até hoje. Pagãos do mundo inteiro se unem em volta de uma fogueira para comemorar o início do verão e a morte do inverno. 
Ao estudarmos as tradições pagãs, devemos escolher em que roda do ano vamos comemorar os festivais: do norte ou do sul. O recomendado, para aqueles que querem ingressar, é que um ano comemore pelo norte e outro pelo sul, para saber com qual energia se adapta melhor.
A roda do norte é a que guarda a maior semelhança com as datas das nossas comemorações atuais (que foram sincretizadas com o cristianismo), como por exemplo Ostara (Páscoa em abril), Samhain (dia dos mortos ou Halloween em outubro) e Beltane, dia em que os trabalhadores eram liberados da lavoura para que pudessem participar do festival (1º de maio, dia do trabalhador). Já a roda do sul, possui uma lógica maior em relação às estações do ano, para quem mora nesse hemisfério, visto que as estações do ano coincidem (apesar de não termos estações bem definidas). A única diferença é que terá que se acostumar a comemorar a páscoa em setembro, dia dos mortos em maio e assim por diante, mas o importante é saber que não há um certo nem uma forma errada.

Segundo a Wikipedia,

A Fertilidade nesta celebração consta como o desabrochar da Primavera, com o abrir das flores, as sementes e a vida da prole considerada no Reino Animal. Uma Festa que deve ser regada de muita alegria, com danças, coroas de flores e um banquete que valoriza os alimentos da época e principalmente a fogueira, ou algo representando o fogo. Para que possamos deixar que este elemento livre-nos das doenças e que reinicie a vida, na forma primordial, simples e pura.

Hoje, portanto, é o dia da fertilidade. Dia em que ocorrem os casamentos na tradição celta, dia de união, de fertilização, de colocar seus projetos em prática. Hojé é o dia em que o sagrado une suas forças, o masculino e o feminino se tornam um só. Pra mim está sendo um dia de encerrar ciclos, tomar decisões sobre o restante do ano, terminar tarefas inacabadas e descansar… descansar pra renovar as energias e principalmente, refletir em quê devo aplicar essa minha energia. De nada adianta gastarmos nossas forças com algo que sabemos que não vai dar certo. Ao invés disso, devemos direcioná-las para metas futuras.



Se quiserem ler um pouco mais sobre Samhain/Beltane, recomendo o blog da Luana Pagung, que hoje mudou a roda do ano pra comemorar a do norte.

Fotografias daqui e daqui.

Categorias: Curiosidades, Turismo

A cidade com o maior nome do mundo!

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Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch, também conhecido como Llanfair PG, é o local com o maior nome do Reino Unido, localizado no País de Gales, possuindo 58 letras. Em português significa “Igreja de Santa Maria no fundão do aveleiro branco perto de um redemoinho rápido e da Igreja de São Tisílio da gruta vermelha”. Seu nome foi criado para que turistas fossem atraídos para a região.

Gorsafawddacha’idraigodanheddogleddollônpenrhynareurdraethceredigion, com 68 letras, significa “estação de trem Golf Halt” e é uma pequena (mesmo) estação em Gales do Norte, que decidiu rivalizar com Llanfair adotando esse nome.

Cidade com nome estranho na Europa

Resta saber aonde vai parar essa brincadeira! Quem dá mais?

Cidade com nome estranho na Europa

Fotos: Adrião e Wikipedia