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O dia em que abandonei a TV

O dia em que abandonei a TV | Vida Minimalista | vidaminimalista.com

Eu não assisto mais TV. Sim, estou falando sério. Há um bom tempo que eu aboli esse costume na minha vida, embora meus pais continuem com o hábito de jantar, assistir novela, a Fazenda, Telejornais da Globo, BBB e etc.

Mas por quê resistimos tanto quando queremos abandonar a TV? Parece ser muito difícil, mas na verdade não é. Estamos acostumados a uma sensação de informação constante, a qual temos medo de perder alguma coisa. Conseguimos perceber isso nas redes sociais, como o Facebook e o Twitter. Quantas vezes atualizamos nosso navegador pra saber o quê de novidade apareceu por lá? Se formos parar pra pensar, realizamos esse ato diversas vezes ao longo do dia, principalmente se temos um celular conectado à internet com esses recursos. E sim, eu me incluo nessa estatística, infelizmente estou sendo uma vítima também como muitos de ter um smartphone conectado 24 horas.

Mas, voltando à TV, da mesma forma que sentimos a necessidade de estarmos antenados com tudo nas redes sociais, desenvolvemos essa carência por informação. Como há uma variedade infinita de dados chegando à nossa tela, temos a impressão de que se desligarmos nosso aparelho, estaremos perdendo algo de valor. Mas, vamos pensar com calma na situação… Qual seria a pior coisa que aconteceria, caso alguém comentasse sobre algo que assistiu na noite anterior e você não viu? Será mesmo que é algo ruim? Assistimos televisão para nós, ou para os outros?

Também há o outro motivo. É mais fácil. Mais cômodo. “Pra quê vou chegar cansado do trabalho, e ler um livro? Queremos nos jogar no sofá depois de um banho e assistir qualquer programa que não nos faça pensar muito. Já está tão difícil viver, um pouco de diversão não faz mal a ninguém”. Infelizmente muitos – senão a maioria – pensam assim. Tudo bem, cada um tem suas razões, e aí eu entraria em uma discussão que poderia durar horas, sobre como o povo é facilmente alienável perante o governo, basta distribuir o mínimo necessário para que as pessoas se divirtam e não pensem muito, e sobre como o povo tem a capacidade de fazer a mudança, se lutasse por elas. Mas vou deixar esse papo “bolchevique” pra um outro momento

Somos, a cada dia, bombardeados de informações inúteis, fúteis, rasas. O que isso é importante em nossas vidas? Sim, eu estou generalizando, é claro que temos emissoras com um nível cultural mais elevado. Através da TV podemos assistir um show, uma ópera, um filme clássico, as crianças podem assistir um desenho animado educativo. Mas é isso que escolhemos quando ligamos a TV? Salvo alguns casos, a maioria prefere assistir o capítulo da novela, um filme do tipo blockbuster americano comédia-pastelão, um programa de auditório sem finalidade alguma. E é essa TV a que me refiro. Uma televisão rasa, fria, sem conteúdo, que nos aliena cada vez mais embora nos traga a sensação de estarmos totalmente atualizados com tudo. É essa TV que me causa incômodo, que me fez abolir essa prática, pelo menos no meu quarto. E não sinto falta.

Foi essa televisão que aboli da minha vida. Ainda assisto filmes no meu notebook, ou coloco um DVD de filme ou show na TV da sala quando quero mais “emoção”, mas essa foi uma decisão minha, apenas minha. Como eu sempre falo, não escrevo aqui um “manual de como viver e ser culto e inteligente e ser melhor que os outros” (até porque não sou), mas escrevo meus pensamentos,  reflexões, decisões e atitudes. O processo de se tornar minimalista é constante, não nos tornamos de um dia para o outro apenas doando todos os nossos pertences e indo morar no alto de uma montanha congelada nos Himalaias. Estamos em um caminho, e minimalismo não é apenas o que fazemos para que cheguemos lá, mas também o que recusamos entrar em nossas vidas, principalmente ao refletirmos sobre o que deixamos entrar, sem que percebamos. A TV é uma delas.

E você, já parou pra pensar no que você está deixando entrar em sua vida através da TV?

imagem: Getty

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Categorias: Livros

Just some ideas

Por um bom tempo meu blog ficou abandonado, mas agora me animei a postar algumas coisas. Como ultimamente tenho lido bastante, estou planejando escrever aqui as impressões dessas leituras, em formato de resenha. Pra quem ainda não leu, vai ser bom, pois assim poderá conhecer um pouco mais da obra e decidir se gosta ou não, para uma futura leitura. Para mim vai ser um novo desafio, e assim terei um local onde eu possa guardar esses registros das minhas leituras, podendo consulta-las futuramente.

Como também estudo literatura, espero conseguir melhorar a cada livro a minha crítica sobre a obra, não escrevendo apenas superficialmente, como “gostei”, “muito bom” ou “recomendo”, mas também apontando aspectos literários, como forma de treinamento. À medida em que eu conquistar mais segurança e experiência, pretendo revisar resenhas antigas para acrescentar informações e adequar melhor outras. Com isso, pretendo fazer desse um espaço também dedicado aos livros.

Pensando em como não deixar obsoleto, criei a página Resenha de Livros aqui no blog, com a lista de todos eles. Por enquanto ainda são poucos, mas ao longo do tempo irei adicionando e aumentando a lista, além de revisar os antigos. Escreverei não apenas sobre livros recentes, mas também de alguns que já li há alguns anos, o que me incentivará a realizar algumas releituras – tão importantes para um estudante de literatura.

Ainda não sei que rumo meu blog vai tomar em 2013, mas certamente ele abrangerá esse conteúdo literário também, além de continuar sendo meu blog pessoal.

Críticas e sugestões são muito bem vindas. 🙂
Categorias: Passeios Culturais

Impressionismo: Paris e a Modernidade [CCBB]

O impressionismo é um movimento francês, que surgiu no século XIX no qual se utilizou uma maior liberdade artística. O uso de pinceladas mais soltas é uma das características desse movimento na pintura, como pode-se reparar nas diversas obras à mostra na exposição Impressionismo: Paris e a Modernidade – Obras-Primas do Museu d’Orsay, expostas no CCBB do Rio de Janeiro.

IMPRESSIONISMO X FOTOGRAFIA

Assim como a fotografia, a pintura é um instrumento de comunicação visual que faz a mediação da apreensão da realidade, de uma forma particular e subjetiva. Realizada através da percepção visual do artista – fotografo ou pintor – o impressionismo tem uma preocupação com a captação da iluminação ao ar livre e da maneira como as pessoas, objetos e natureza se portam na realidade.

O elemento primordial nos dois ramos artísticos, é, sem dúvidas, a iluminação. Pode-se notar nas obras de Monet, por exemplo, que há uma preocupação minuciosa com a retratação fiel da incidência da luz em suas obras, da impressão das cores e dos cenários como eles são. Da mesma forma, a fotografia é o registro através da luz, no qual sem ela não se é possível registrar.

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

Outros fatores importantes que devemos lembrar, embora não exclusivos do Impressionismo, é a preocupação com elementos comuns à fotografia, como o enquadramento, o trabalho com a perspectiva, a profundidade de campo – ou sua ausência – e até mesmo pode-se observar a preocupação da composição com a Espiral de Fibonacci. Todos estes elementos são comuns tanto à composição fotográfica quanto à obra de arte, no caso, a pintura.
Podemos fazer uma comparação em relação a dois artistas quanto ao trabalho com a perspectiva e profundidade de campo. No quadro da esquerda, O Bar de Folies-Bergère, de Manet, possui uma grande profundidade de campo, podendo ser percebido detalhes ao fundo. Já o quadro da direita, O Tocador de Pífano, também de Manet, não nos mostra detalhes do fundo, sendo uma imagem solta no ar, sem profundidade de campo, o que pode ser facilmente obtido na fotografia com uma pouca abertura e uma grande abertura de diafragma respectivamente.
Como pode-se notar, o impressionismo, assim como a fotografia, possuem como sua maior preocupação, a iluminação. A luz, para ambos, é elemento primordial para que se possa trabalhar adequadamente, com um registro mais fidedigno possível à realidade. Em ambos os casos, o produto final não é apenas mais uma imagem, mas sim o olhar do artista naquele momento único, já que uma simples mudança de ângulo ou de iluminação produziria um efeito completamente diferente da obra final.

~ Texto apresentado para o trabalho final da disciplina Fundamentos da Fotografia.

Agora algumas fotos do CCBB-RJ retiradas de alguns Flickrs que permitem o uso livre das fotografias: