Meu armário inteligente

Alguns chamam de armário minimalista, outros de armário-cápsula. Cada um tem seu conceito, e no final têm a mesma meta: usar com inteligência nossas roupas e diminuir o consumismo. Não considero meu armário minimalista nem cápsula. Ainda tenho muitas roupas se formos comparar a modelos assim, e por isso chamo o meu armário de Armário Inteligente.

Mas então vocês me perguntam: que diferença tem, afinal, do seu armário para um cápsula ou minimalista? A resposta? Não estou me cobrando pra seguir uma espécie de padrão. Vemos por aí sobre termos uma quantidade X de roupas no armário minimalista, de criarmos armários-cápsulas de acordo com as estações do ano e pra mim ambos foram eficientes no quesito declutter, mas não me sinto presa aos conceitos.

Olhando hoje para o meu armário, percebi que fui construindo de acordo com minha realidade, uma espécie de guarda-roupas que acompanha meus diversos “eus”, ou seja, meus diversos estilos de roupas e que não está sufocado com tantas peças. Acho que cheguei num ponto em que tenho o suficiente, e se precisar fazer alguma mudança, será comprando uma peça-coringa aqui, outra ali e doando algumas outras peças de roupas que talvez não me sirva mais.

O processo demorou muito tempo até que eu encontrasse um equilíbrio pra meu armário inteligente. Desde o começo do blog, quando ele era ainda o Vida Minimalista, fui me desfazendo de centenas de peças acumuladas sem uso e sem serventia pra mim. Foi um processo longo, árduo e doloroso, tanto por que eu me culpava por ter tantas peças sem uso, mas também foi doloroso por ter que lidar com emoções relacionadas a várias peças de roupas que eu guardava.

É impressionante como cada objeto guarda memórias, e pegar determinadas peças para analisar se doaria ou manteria comigo me fez reviver dores, decepções e tristezas. Mas como diz Marie Kondo, o ideal é sermos gratos por aquela peça e passarmos adiante. E foi assim que fiz, ao longo desses 5 anos de blog desde que escrevi meu primeiro post sobre desapego. Agora darei algumas dicas sobre como construí, ao longo desses 5 anos meu armário inteligente.

Meu armário inteligente | Camile Carvalho

1 // Aceite que você é um ser múltiplo

Não adianta eu me identificar com o estilo boho hoje e doar TUDO que não combina com esse estilo. Amanhã, precisarei usar uma roupa mais clássica e lembrarei daquelas peças que doei sem dó nem piedade, e então o arrependimento virá. Se eu gosto de vários estilos, cabe a mim montar um armário que combine com quem eu sou, não com o que está na moda, nem com a blogueira X ou Y. Apenas eu sei das minhas necessidades diárias e quais tipos de roupa eu preciso usar.

Meu armário tem desde saias indianas, saris (sim, morei num templo!) até botas e peças boho. Isso não significa que eu vista meu sari indiano pra comprar pão, mas sim que em determinadas situações preciso me vestir de forma diferente de como me visto no dia-a-dia.

2 // Setorize por espaços

Em uma das portas, guardo meus casacos de frio e vestidos pra festas. Em outra, minha roupa do dia-a-dia. Eu sei que o mais óbvio é organizar gavetas e prateleiras por estilo, mas não custa nada lembrar: separando as roupas de acordo com situações diferentes, fica muito mais fácil de encontrarmos algo que estamos precisando no momento. E lembre-se: bagunça eterna no armário significa que provavelmente você tem peças demais…

3 // Organize a troca sazonal

Aprendi essa dica com o armário-cápsula e achei genial. Mesmo que tenhamos poucas peças e todas elas fiquem no mesmo lugar, vale à pena trazer pra frente da gaveta aquelas peças que combinam mais com o clima atual e colocar mais pro fundo aquelas que você não usará tanto. No meu caso, faço assim pois não tenho um outro lugar pra guardar minhas peças que não estou usando.

Alguns falam em guardar as roupas em malas fechadas e só abrir na outra estação, mas no meu caso não funcionaria. Estou feliz com minha arrumação e está dando super certo! Afinal, às vezes precisamos de uma blusinha mais fresca pra colocar por baixo de alguma outra peça de frio.

4 // Saiba escolher o que comprar

Pensar com cautela sobre cada peça que vamos comprar é consumir de forma inteligente e sustentável. De nada adianta acharmos linda uma blusa que não combina com nada que temos em casa. Provavelmente ela ficará perdida numa gaveta, sem a chance de uso, e você terá gastado dinheiro à toa.

O ideal é pensar se o que estamos levando combina com as peças que já temos em casa. Melhor ainda é fazer uma super organização no armário e anotar algumas ideias de peças-coringa a serem compradas que possibilitem mais combinações entre as roupas que você já tem. Assim, quando for ao shopping, você já sabe exatamente do que precisa e não ficará perdido entre várias araras sem saber direito o que comprar (ou querendo comprar 10 peças de uma só vez).

5 // Desapegue do que não combina com você

Essa é a regra de ouro do minimalismo, e já venho trabalhando o desapego desde 2011, quando comecei o blog e sempre repetirei aqui nos meus textos. Desapegar do que não combinava mais comigo me fez mais feliz, pois quando estamos cercados de coisas que realmente amamos, ficamos mais leves e sem o sentimento de peso e culpa de termos coisas demais.

No meu armário, toda vez que eu olhava para uma roupa que alguém me presenteou e que não gostei ou que eu  mesma havia comprado por impulso eu me sentia triste, pesada, como se estivesse culpada de não amar tanto assim aquela peça. No momento em que desapeguei e doei essas roupas, meu armário começou a ficar mais vazio e peças que eu realmente gostava começaram a me fazer mais feliz todas as vezes que eu abria a porta para me vestir.

6 // Tenha peças coringas

Dentro de cada categoria de roupas, escolha algumas para serem as coringas do seu armário. Essas peças podem transitar entre um estilo ou outro, além de servirem para diversas situações. Por exemplo, com uma legging preta posso calçar um chinelo e dar minhas aulas de yoga, calçar um tênis e ir ao supermercado ou minhas botas com uma jaqueta e sair mais arrumada à noite.

7 // Cuide bem de suas roupas

O que queremos aqui é ter uma vida mais sustentável, então o cuidado com as peças, sapatos e acessórios é fundamental. Estabeleça um lugar para cada categoria e mantenha arrumado, lavado e arejado.

8 // Declutter!

Para fazer o declutter, sugiro que primeiro lave todas as peças que estão sujas e só então, no momento de guardá-las nas gavetas, analise o que tem. Muitas vezes fiz declutter de armário com a cesta de roupa suja cheia, então eu não tinha a noção global de tudo o que eu já possuía, dando a impressão de que meu armário já estava vazio.

9 // Não abandone suas estampas

Não se apegue a cores neutras de roupas ou ausências de estampas. Se essa não é sua personalidade, tudo bem! Você não precisa deixar seu estilo de lado apenas para ter um armário inteligente e minimalista. Porém, ter como coringa algumas peças mais neutras pode ser a chave para um maior número de combinações. Eu, por exemplo, amo estampas e padrões, mas tenho algumas roupas neutras que combinam com várias dessas peças estampadas.

10 // Seja você

E por último, seja você. Não se atenha a números, quantidades, estilos da moda ou o que for. Não deixe que outros digam o que você deve ou  não vestir e nem comprar. E jamais se deixe levar pela publicidade. Se você não ama algo que todos estão usando, lembre-se daquela frase que sua mãe sempre dizia: você não é todo mundo. E que sorte a nossa de sermos únicos!

E vocês, como organizam o armário de vocês? Já fizeram declutter? Como foi? Que tal fazer um agora na chegada de inverno e doar algumas roupas de frio a quem precisa? Há muitos moradores de rua e animais que não têm agasalhos suficientes. Vamos nos mobilizar para cada um fazer sua parte? 

Leia os posts sobre meu armário inteligente

  • Meus sapatos para o inverno

Tênis: Josefina RosaCor | Casaco: Renner

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Declutter e organização dos meus cosméticos

Dando continuidade ao post anterior, hoje vim contar como fiz a organização dos meus cosméticos e maquiagens e como fiz a separação do que fica e do que seguirá outro destino. Se você ainda não leu o post anterior, clique aqui para ler.

Lembro que os posts mais acessados da época do blog Vida Minimalista eram aqueles em que eu mostrava, de forma bem pessoal, o dia-a-dia de uma organização com aquelas fotos de bagunça real. Sei que esse tipo de post aproxima ainda mais meus leitores, principalmente aqueles que estão buscando mudar suas vidas e ter um estilo mais simples.

De nada adianta apenas falarmos, se não mostramos como realmente funciona na realidade, e um dos meus projetos é voltar a compartilhar com vocês minhas arrumações, resultados e reflexões que faço enquanto me organizo.

Estou na energia de buscar comprar com mais consciência, respeitando agora não apenas os critérios cruelty-free, mas também conhecer produtos veganos e/ou orgânicos. Sei que é uma tarefa um tanto difícil, mas se a cada produto que acabar eu pesquisar antes de comprar um novo aleatoriamente, aos poucos terei apenas produtos que correspondem aos meus critérios.

Declutter e organização dos meus cosméticos | Camile Carvalho #camilecarvalho

~ tudo do armário

A organização

No meu guarda-roupas tenho uma parte onde guardo meus cosméticos (uma parte fica no banheiro), maquiagens e acessórios. Na época em que estava buscando viver uma vida minimalista, essa parte ficava muito organizada, mas bastou relaxar um pouquinho para que a bagunça voltasse com tudo.

Pra começar a organização, peguei tudo que tinha nesse espaço do meu guarda-roupas e coloquei no chão do quarto: cosméticos, maquiagens, acessórios e todas as tralhas. Acho esse passo importante pra termos a dimensão exata da quantidade de coisas que temos.

Como se não bastasse, ainda peguei todos os meus cosméticos do banheiro (exceto shampoo e condicionador) e juntei aos que estavam no chão, me fazendo perceber que sim, tenho coisas demais. E sim, tenho muitos produtos que não são cruelty-free, sejam porque ganhei ou comprei há muitos anos – o que é pior, pois significa que provavelmente estão fora da validade.

Declutter e organização dos meus cosméticos | Camile Carvalho #camilecarvalho

~ tudo do armário + banheiro

O que vai pro lixo

Neste caso, entendam lixo como reciclagem ou destinação correta a cada item. Peguei as embalagens de produtos, uma a uma e observei a validade. Separei em uma sacola tudo que vai para o lixo, ou seja, que já passou da validade ou que o produto já não apresenta mais um aspecto bom. Em alguns casos, podemos ter o produto ainda dentro da validade, mas por mal armazenamento acaba perdendo suas propriedades.

 Declutter e organização dos meus cosméticos | Camile Carvalho #camilecarvalho

vão pro “lixo”: fora da validade e estragados

O que fica e o que vai

Produtos de empresas que testam em animais foram colocados em uma sacola. Muitos não foram comprados por mim, mas às vezes ganho de presente e deixo encostado num canto, ou são daquela leva antiga, de quando eu ainda não consumia produtos cruelty-free e os tinha guardado pra usar até o final.

O que acontece é que por saber que testam em animais, fico evitando usá-los, até mesmo porque provavelmente tenho outros semelhantes cruelty-free. O destino final será doação. Muitos estão bons e quase sem uso e não tem motivo pra descartá-los. Seria desperdício.

O que se repetirá

Alguns produtos que tenho são tão bons (cruelty-free, veganos e orgânicos) e foram frutos de uma pesquisa anterior, como a minha pasta dental orgânica da Contente (Suavetex).

Agora que tenho uma visão geral do que tenho após o declutter, fica muito mais fácil me organizar pra usar os produtos até o fim e buscar conhecer outros que se adequem à minha nova visão. Alguns produtos já estão acabando, pois estou dando prioridade com o Project 10 Pan e logo atualizarei vocês sobre o andamento dos projetos e mudanças.

E você, usa produtos que não realizam testes em animais e/ou veganos, orgânicos? Compartilhe sua dica aqui!

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Arrumando o quarto após uma viagem

Arrumando o quarto após uma viagem | Camile Carvalho

Todas as vezes que passo um tempo longe de casa, quando retorno é uma sensação um tanto estranha. O que eu havia deixado do meu jeito, com a minha energia antes de partir, parece não combinar mais com a energia com a qual retornei. Não sei se é por ter ficado muito tempo parado, sem uso – o que faz com que a energia fique estagnada – ou se porque mudei muito durante o período fora. Na verdade, acho que é uma combinação dos dois, e por este motivo gosto sempre de fazer uma super arrumação com declutter.

Segundo o Feng-Shui, energia estagnada não é benéfico, e sabendo disso, gosto de arrumar o quarto mudando o que posso de lugar. Como meus móveis são planejados, não há muito o que fazer com guarda-roupas, cama e bancada, mas em relação à decoração, nada fica do jeito que deixei. Vou compartilhar com vocês as mudanças que fiz por aqui que fizeram uma boa diferença na energia do ambiente.

1 – Preparei o material que precisava. Pra não dar mais trabalho, já peguei tudo que ia precisar durante a arrumação: vassoura, pá de lixo, panos de limpeza, produtos de limpeza etc.

2 – Coloquei roupas para lavar. Tanto as roupas que voltaram da viagem como outras que ficaram por aqui fora das gavetas. Gosto de fazer declutter de roupas com todas lavadas e limpas, assim tenho uma noção melhor da quantidade de roupas que tenho e também, ao doar, as roupas já vão limpas para seu novo destino.

Já falei aqui no blog sobre minhas organizações das minhas roupas e sobre como criei meu armário-cápsula. Quem quiser ler mais sobre isso, no site do Westwing tem um post muito bacana ensinando como ter um guarda-roupa perfeito tanto para homens, como para mulheres.

Arrumando o quarto após uma viagem | Camile Carvalho | Livros de budismo e yoga

3 – Esvaziei prateleiras. Meu quarto tem muitas prateleiras e estantes ocupados com meus livros, então costumo tirar tudo e colocar no chão do meu quarto. Assim fica mais fácil de limpar as superfícies e mudar a decoração. Minha regra é: voltar apenas o que realmente quero em cada lugar.

4 – Reorganizei livros e enfeites. Depois de tudo limpo, separei meus livros de yoga, de budismo, de empreendedorismo e os coloquei num destaque maior, já que é o que ando lendo mais. Os outros vão para o armário fechado. Como sou apaixonada por livros, eles é quem comandam minha decoração. Os enfeites entram depois, quando os livros já estão em seus devidos lugares.

» Veja a lista dos livros que me inspiram

Arrumando o quarto após uma viagem | Camile Carvalho | Livros de budismo

5 – Troquei roupa de cama e limpei o quarto. Sempre que preciso dar uma renovada nas energias do quarto, troco a roupa de cama. Faz muita diferença no ambiente.

6 – Coloquei meus cristais para reenergizar. Tenho o costume de pelo menos uma vez por mês colocar todos os meus cristais num pote de vidro com água e óleo essencial de lavanda. Deixo na varanda para energizar na luz do sol ou até o dia seguinte.

Arrumando o quarto após uma viagem | Camile Carvalho | como limpar cristais

7 – Por fim, após varrer o chão, coloco óleo essencial no difusor ou acendo um incenso. Depois dessas etapas o ambiente fica bem mais leve e reenergizado.

» Leia mais sobre Aromaterapia e Óleos Essenciais

E vocês, como costumam voltar à rotina após uma longa viagem? Também sentem a energia estagnada? Como se organizam? Contem aqui nos comentários!

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