Resenha: Tarô Místico

Eu tenho uma certa atração por tarot. Além de abrir as cartas, gosto de conhecer decks diferentes, e atraída pela arte do Tarô Místico, resolvi comprá-lo. Um tarot completo tem 78 cartas, sendo 22 do arcano maior (o mais conhecido, com as cartas O Mago, A Sacerdotisa, O Carro etc.) e mais 56 cartas dos arcanos menores, que correspondem ao nosso tradicional baralho, com 4 naipes (Copas, Espadas, Ouros e Paus). No entanto, este deck é composto apenas de 42 cartas, sendo elas arcanos maiores e Ás, Valetes, Rainha e Reis.

O Tarô Místico foi idealizado por Celina Fioravanti, ilustrado por Vagner Vargas e publicado pela Editora Pensamento. Os desenhos contidos em cada carta são bem explicativos, contendo uma vasta simbologia o que nos leva a interpretar melhor durante a leitura. Como já disse, fui atraída mais pelas ilustrações da coleção do que pelo próprio tarot em si, e por esse motivo não percebi que não era um tarot completo (com suas 78 cartas).

O livro que acompanha as cartas é diferente de vários outros que já havia lido, nos ensinando a história do tarot, mas também o significado de cada carta em diversos aspectos. Em vez de dar uma explicação resumida de cada carta, ele divide em áreas (tempo, intensidade, saúde, amor, viagens etc.) comentando sobre cada carta nesses aspectos. Também nos ensina a correspondência dos arcanos às letras hebraicas, sua ligação com a Cabala e diversas formas de fazer um jogo. Confesso que foi o primeiro livro de tarot que li que contém todas estas informações. A maioria que conheço apenas dá uma sucinta explicação sobre a história do tarot e o significado de suas cartas.

A proposta do Tarô Místico é ser acessível e prático a qualquer um que queira jogar, sem portanto, ser superficial. Celina Fioravanti conta que na época em que começou seus estudos, sentia falta de maiores informações sobre o tarot, decidindo então escrever um livro para aqueles que ainda hoje têm essa dificuldade. O livro, portanto, é escrito de forma simples e clara, acessível a todos que queiram conhecer um pouco mais dessa arte.

Se você busca um tarot completo, este infelizmente não é o recomendado por possuir apenas os arcanos maiores e parte dos menores – embora a autora afirme que os números dos arcanos menores são dispensáveis. Se você está iniciando na arte da leitura, este deck é indicado, já que a explicação do livro é muito boa, sem contar que as ilustrações são muito bem feitas e atrativas, contendo uma gama de informação que o tarólogo iniciante vai aprender aos poucos.

Tarô Místico| Celina Fioravante | Editora Pensamento | Acompanha 42 cartas | Compre na Amazon

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Web 2.0 Redes Sociais – Antonio Spadaro

Quando a editora Paulinas entrou em contato comigo oferecendo alguns livros para que eu pudesse lê-los e compartilhar minha opinião, lembrei-me logo de um livro que li durante minha pesquisa de religiões e redes sociais, o Ciberteologia. Dentre algumas opções, fiquei curiosa em ler o Web 2.0 – Redes Sociais que é do mesmo autor, Antonio Spadaro, e hoje vim compartilhar minhas impressões sobre sua obra e o trabalho da editora que já acompanho há um tempo.

Antônio Spadaro é um padre jesuíta italiano, professor da Pontifícia Universidade Gregoriana. É autor de diversas obras sobre cultura e internet e tem publicado vários livros, como o Ciberteologia – que eu já havia lido – e este que apresento, o Web 2.0 – Redes Sociais.

O livro possui 151 páginas com uma bela diagramação usando fontes confortáveis impressas em papel branco. É um dos poucos livros que tenho lido impresso em cores, o que confere um visual moderno, mostrando o cuidado que a editora teve ao planejá-lo. Um detalhe interessante é que, cada capítulo – reservado a uma ferramenta da web diferente – possui a cor correspondente sinalizada em seu rodapé, sendo fácil encontrar a localização do capítulo sobre o Facebook, por exemplo, apenas procurando sua cor azul escura. O mesmo ocorre com o Blog, Twitter e os demais.

Capítulo falando sobre blogs

Web 2.0 é dividido em 9 capítulos, dentre os quais o primeiro analisa a internet como rede social, 7 abordam tais ferramentas (Blog, Podcast, Wikipedia, Second Life, Facebook, aNOBii e Twitter) e o último fala sobre segurança e privacidade. Spadaro defende que “a tecnologia não é inimiga das verdadeiras relações; ao contrário, pode ser sua melhor aliada” (p. 145), mas também completa que é necessário aprender a integrá-la no contexto da vida.

Apesar de voltado ao cristianismo, o autor faz sua análise e defende suas teorias de forma independente das influências teístas, complementando cada capítulo, porém, com observações de como organizações religiosas estão usando as mídias a favor de suas comunidades. Spadaro dá exemplos de Podcasts religiosos (Godcasts), grupos de discussões sobre o tema criados no Facebook e até igrejas, mesquitas e templos destinados a orações coletivas dentro do jogo Second Life. Para ele, “as formas de comunicação não são simplesmente ‘superadas’, mas integradas num nível superior” (p. 100).

Web 2.0 é voltado àqueles que querem pensar sobre as modificações ocorridas ao longo do tempo na internet em relação às organizações sociais, e como utilizar-se delas para melhorar a comunicação dentro de uma comunidade. Como já citado, o autor acredita que as relações humanas podem ser beneficiadas com os avanços da tecnologia, desde que haja uma correta integração com o cotidiano de seus usuários. É um bom livro para refletir sobre a Web 2.0 e inspirar-se para melhorar a comunicação interna de um determinado grupo social, seja ele religioso ou não.

Spadaro, A. Web 2.0 – Redes sociais. São Paulo: Paulinas, 2013.

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O prazer da leitura

O prazer da leitura | Blog Camile Carvalho

Livros são como portais mágicos: nos transportam a um novo universo, a novas interpretações da vida e nos colocam frente à frente com diferentes arquétipos com os quais nos identificamos. Ler várias obras de diferentes autores e gêneros literários é muito importante pra obtermos conhecimentos amplos sobre outras culturas, pensamentos e sobre nós mesmos. Mas será que conseguimos extrair de um livro tudo aquilo que ele nos quer passar? Será que lemos com a devida atenção que uma obra clássica, por exemplo, merece?

Certa vez perguntei ao meu professor de Teoria da Literatura II sobre a releitura: afinal, o que é mais importante para um estudante que gosta de ler, mas não tem um conhecimento muito aprofundado na literatura: ler diferentes obras ou dedicar-se à releitura mais minuciosa? Achei interessante a resposta, de que um leitor, no início de uma graduação de Letras, por exemplo (nosso caso na época), que não teve uma base literária muito aprofundada no Ensino Médio (falha grave, Brasil), deveria se dedicar à leitura de diversas obras, claro, tentando absorver o melhor de cada livro. Só futuramente, depois de um conhecimento amplo sobre a Literatura, é que podemos nos dedicar com mais afinco à releitura. Mas, como fazer uma leitura mais profunda?

O ideal, antes de lermos qualquer romance, conto ou peça, é procurarmos informações sobre o autor. Uma rápida pesquisa pela internet nos trará dados básicos como em que período viveu, quais suas influências literárias (ou políticas), quantas obras publicou em vida entre outros detalhes. Situar o livro em um período histórico/literário também é desejável, pois nenhum texto é isento de opinião, isso significa que um escritor sempre transmitirá, em suas palavras, sua posição sobre o mundo que o cerca, seja através de críticas diretas como também através do silêncio.

Após conhecer um pouquinho sobre o autor, o contexto histórico e a fase literária na qual foi publicada, é hora de iniciar a leitura. Antes de querer fazer uma leitura em forma de competição, o melhor é ler com calma anotando passagens interessantes (muitos mantêm um caderninho literário), sem pressa de acabar. Tente lembrar do contexto pesquisado, faça ligações com a realidade, pois assim a leitura será muito mais prazerosa e sem dúvidas, mais útil. Afinal, é melhor lermos com qualidade do que exibirmos centenas de livros mal-lidos em uma prateleira.

E você, como é seu hábito de leitura? Gosta de devorar os livros ou mantém uma leitura devagar saboreando cada pedacinho do texto?