As Brumas de Avalon – A Grande Rainha [Livro 2]

Hoje eu vou falar sobre o segundo livro da série As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley.
O segundo livro intitulado A Grande Rainha, conta-nos a história do nascimento de uma criança muito importante para a trama e o casamento do Rei Artur com Gwenhwhyfar (Guinevere), mesmo tendo, cada um deles, outras paixões. A nova rainha, tendo sido criada em um convento, representa todo o ideal cristão da época, contracenando com Morgana, sacerdotisa de Avalon treinada por Viviane, que carrega consigo todos os costumes druídicos.
O livro nos mostra claramente o medo que Gwenhwhyfar tem pela antiga religião, além de sua fragilidade. Merlin, outro personagem importante durante o enredo, é o Bardo o qual mantém sua fé inabalada no paganismo, e embora ofendido diversas vezes pelos padres quanto à sua crença, mantém uma postura de respeito em relação a todas as fés, como no trecho a seguir: 

“Deus é uno, e há apenas um Deus. Todo o resto são coisas de ignorantes que procuram colocar deuses numa forma que se possa compreender (…). Nada acontece neste mundo sem a bênção do Uno, que nos dará a vitória ou a derrota, como Deus quiser.” (p. 163)

Particularmente, fiquei muito mais motivada durante a leitura do segundo livro. Talvez por já estar mais acostumada com os personagens ou pelo fato de entrar realmente na história do Rei Artur e seu fiel cavaleiro Lancelote. O desfecho é inesperado, e ao ler as últimas palavras, tive vontade imediata de pegar o próximo livro para continuar a leitura, o que não aconteceu no final do primeiro.
Continuo recomendando fortemente essa série para quem gosta das lendas do Rei Artur, principalmente para os admiradores da antiga religião, ressaltando que essa é uma versão narrada pelas mulheres com quem eles se relacionavam, e não a visão dos homens contando suas batalhas. São os bastidores dos personagens que ficavam em casa aguardando seus respectivos maridos/amores retornarem das guerras, e tudo o que acontecia nesse meio-tempo. Sobretudo, na minha opinião, ao ler a série completa, tentarei fazer uma releitura da obra para compreender melhor trechos e passagens que deixei passar sob meus olhos despercebidos, principalmente no primeiro livro A Senhora da Magia.

As Brumas de Avalon – A Senhora da Magia [Livro 1]

No meio deste ano comprei os quatro livros da série As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley. Como demorei um pouco pra ler, vou fazer uma resenha – um tanto atrasada – do primeiro livro. Prefiro escrever separado sobre cada um deles, pois, apesar da continuidade, cada livro tem suas particularidades.
As Brumas de Avalon conta a história da unificação da Bretanha, dos esforços e guerras contra a invasão dos Saxões e a chegada do cristianismo na região tomando o lugar das culturas pagãs. Sob a ótica das mulheres da antiga religião de Avalon, a história fala sobre Artur, que, junto a seu fiel cavaleiro Lancelote, não medem esforços para proteger seu reino. Mas vamos retroceder um pouquinho a história… antes mesmo do nascimento de Artur e Lancelote…
O primeiro livro da série aborda o treinamento de Morgana para se tornar uma sacerdotisa, como a Grande Rainha Viviane. Nos conta também como é realizado o Grande Casamento na tradição pagã durante as fogueiras de Beltane, e nos transporta a um outro lado da lenda do Rei Artur, embora ele só apareça um pouco mais tarde, de fato no segundo livro da série. Para quem gosta da antiga religião, é uma ótima leitura que reforça o poder feminino das antigas tradições. No começo pode ser um pouco confuso a quantidade de nomes de personagens, mas a leitura ganha uma certa fluência ao longo do livro.
Portanto, é uma leitura recomendada a todos aqueles que gostam do gênero fantasia, que curtem as lendas acerca do Rei Artur e a espada Excalibur, ou que querem simplesmente aprender mais sobre o paganismo. Mas não desanime, a leitura começa a ficar mais emocionante a partir do livro 2.

As Brumas de Avalon – A Senhora da Magia

Autora: Marios Zimmer Bradley

Editora Imago

E para quem não dispensa uma trilha sonora, separei algumas músicas Celtas no 8 Tracks para compor o cenário enquanto vocês se deliciam com a leitura.

Espero que gostem!

Can You Keep a Secret? – Sophie Kinsella

Depois de muito tempo sem escrever uma resenha, vou falar um pouco do livro que acabei de ler ontem: Can You Keep a Secret?, de Sophie Kinsella (O Segredo de Emma Corrigan, em português).

“Minha carreira é uma piada. Eu não sou uma empresária bem sucedida, eu não tenho uma equipe! Eu sou apenas uma assistente e acabei de sair de uma reunião importante que foi um grande desastre! Na maior parte do tempo eu não tinha ideia do que as pessoas estavam falando e eu não sei o que multi-logística significa! Eu nunca serei promovida (…) desculpe, você não quer ouvir tudo isso.”

Depois de um ano trabalhando na Panther Cola, e com a possibilidade de promoção, Emma é enviada à Escócia para representar a empresa num fechamento de parceria muito importante. Pra sua surpresa, nada ocorre como o planejado e ela vê sua carreira desmoronando. Apreensiva e desanimada, após tomar umas doses de vodca, pega o turbulento vôo de volta à Inglaterra. Com pânico e medo do avião cair, começa a falar desenfreadamente pro passageiro ao lado, contando todos os seus segredos. Ela só não esperava que esse executivo ainda apareceria muitas vezes em sua vida, e que ele se lembraria de todos os segredos que lhe foram revelados…
Confesso que esse foi o primeiro livro que li por inteiro em inglês, e em pouquíssimos dias. Já havia tentado Pride and Prejudice, mas a leitura se tornou cansativa e acabei abandonando. Com Can you Keep a Secret? foi diferente: Não conseguia parar de ler, apenas quando o sono me forçava a fechá-lo para dormir.
A narrativa é leve, em primeira pessoa. A personagem Emma Corrigan é uma garota inglesa comum, que sonha em ser promovida para aumentar sua autoestima junto à família e principalmente a uma prima esnobe, que sempre a humilha. Tem um namorado “perfeito” e divide apartamento com duas amigas. É divertido acompanhar suas confusões e principalmente suas confissões. A autora Sophie Kinsella, famosa com sua literatura Chick Lit parece mesmo ser boa em criar personagens de fácil identificação com seus leitores, que são principalmente mulheres.
Mas afinal, o que é Chick Lit?
Segundo Juliana, do blog Lost in Chick Lit, é vulgarmente chamado de “literatura de mulherzinha“, que retrata a mulher moderna, independente – ou em busca de – e com romances descontraídos. Com uma boa dose de humor, acaba agradando e conquistando cada vez mais as leitoras. Porém, há diferentes opiniões acerca do gênero. Muitos criticam este tipo de literatura, mas na minha opinião, acho que devemos conhecer um pouco de tudo. Como sou apaixonada por livros, o que cair na minha mão estou lendo, e confesso que para mim, o estilo literário que leio, depende um pouco do meu humor e do que estou vivendo no momento.
Sophie Kinsella
Editora: Dell
ISBN: 978-0-440-24190-4