2012: Calendário Maia, fim do mundo e o recomeço

Aztec Sun Calendar

Fim do ano chegando, e estamos enfrentando muito calor aqui no Rio de Janeiro, apesar de hoje o clima ter ficado um pouco mais ameno. Enquanto alguns vão loucamente aos shoppings, eu fico aqui em casa, lendo livros, passeando pela internet, comendo gulodices e descansando, afinal, estou de férias.

E ontem foi o fim do mundo. Pensei muito no que escrever sobre isso, pois não conseguiria resumir tudo o que sinto e minhas opiniões em um único post. É assunto pra um livro, talvez, e mesmo assim não se esgotaria. Acho que há certas sensações que não devem ser expostas em palavras, pois perdem sua magia. Não acreditava nessa onda de fim de mundo, levei muita coisa na brincadeira para apenas entrar no clima, mas a questão é muito mais profunda do que uma simples catástrofe determinando o fim da humanidade. É o início de um novo ciclo, de uma nova roda. Não podemos negar que o que ocorreu ontem – o alinhamento planetário – foi um fenômeno muito importante para a astronomia, astrologia, espiritualidade e afins. Quem estuda antigas civilizações sabe muito bem como os fenômenos astronômicos eram importantes para aqueles povos, mesmo sem terem – teoricamente – instrumentos de qualidade como temos hoje.

Por esse motivo fiz um dia de autorreflexão, de sentar e meditar, pensar no que pretendo fazer nesse novo ciclo, e o principal, pensar em como posso fazer algo de útil para esse planeta. Todos nós vivemos nele e somos completamente dependentes para nossa sobrevivência. Qual planeta vamos deixar para os nossos descendentes? Quem vamos deixar para nosso planeta? É uma via de mão dupla. A preocupação é tanto quanto aos recursos naturais, quanto em relação à educação ambiental. Não podemos perder as esperanças. Não é a humanidade nem a sociedade a quem devemos condenar. Devemos sim, olhar para nós mesmos e tentar fazer diferente, afinal, eu faço parte de um todo, e o todo depende de cada um.
“Eu estou começando com o homem do espelho,
Estou pedindo a ele que mude suas maneiras.
E nenhuma mensagem poderia ser mais clara:
Se você quer do mundo um lugar melhor, olhe para você mesmo e faça a mudança.”

– Man in the mirror, Michael Jackson.

Para onde caminha a educação?



“Caia fora da educação enquanto é tempo, menina!”

Muito tenho escutado esse mantra dos professores com quem trabalho. Professores estes desvalorizados, cansados de lutar por algo sem um retorno. E o salário? Aonde se escondeu?

As crianças estão sim, muito diferentes. Desafiadoras, não aceitam tão facilmente ordens como as de antigamente, que, temerosas pela palmatória, sentavam-se rapidamente em seus lugares com suas colunas eretas, como um bom mocinho. Mas isso era realmente bom? Não, eu não acho bom. Educação, no meu entender, é preparar o indivíduo para a vida, para pensar, criticar, ser ~ou tentar~ ser livre, conquistar, desenvolver, e não obedecer sob a pena de punição. Somos seres humanos que temem o governo, temem a igreja, temem a escola. Só vivemos de forma correta, pois há o castigo, se não moralmente da sociedade, de forma punitiva pelas leis, usando um pouquinho do pensamentos de Durkheim.

A questão é, como fazer com que indivíduos se desenvolvam com a capacidade de respeitar uns aos outros, mas de forma natural? Como estimular suas criatividades? O que fazer na educação para formarmos alunos conscientes, sem que precisem estar enfileirados, seriados, fabricados nos moldes fordistas? A escola atual, por incrível que pareça, ainda está sob um modelo da época da revolução industrial, na qual deveria se formar trabalhadores capazes de operar as máquinas, dando início ao ambiente escolar como conhecemos hoje: Carteiras enfileiradas, professor superior na frente, silêncio, obediência, esse passou, esse está reprovado. Mas já está mais que provado que cada indivíduo possui seu próprio tempo de desenvolvimento, precisa de seu próprio espaço, tem seu próprio ritmo, mas continuamos insistindo em obter belos frutos de uma árvore com raízes podres. Claro, é mais fácil manter como está, mas esse esquema não funciona mais.

Prova não avalia aluno. Não somos todos iguais em relação a desenvolvimento, portanto, indivíduos da mesma idade não têm obrigação de saberem o mesmo conteúdo, possuírem o mesmo desempenho, além disso, caneta vermelha apenas humilha. Vamos tentar educar para a verdade, para a liberdade, para o desenvolvimento pessoal, e não para serem mais um robô programado pra só dizer sim em frente a uma TV à cores, citando Cazuza, com medo da igreja, com medo de um Deus castigador, com medo de um governo que nos oprime e nos impede de pensar, com medo de um mundo lá fora. Vamos ensina-los a parar de ver as sombras na parede e ver o que está realmente lá fora da caverna?

Professores antigos, transmitam suas energias pra quem está chegando! E vamos nessa!

Educação Infantil Inclusiva

Olá, pessoal, tudo bem? Hoje vim aqui contar um pouquinho a vocês sobre a minha experiência com a Educação Infantil. Há mais ou menos 1 mês que venho acompanhando de perto a rotina de uma pré-escola, e estou no mínimo encantada. Minha rotina tem sido Faculdade – Escola – Faculdade, e por incrível que pareça, as crianças têm renovado minhas energias.
Estou desenvolvendo um trabalho com educação especial em uma Escola Municipal. Minha aluna, a querida T. (vou preserva-la, ok?) é portadora de paralisia cerebral, tendo pequenas dificuldades de acompanhar o andamento da turma e é aí que eu entro na história. Sou sua mediadora, e desenvolvo um trabalho de estimula-la pra que acompanhe as atividades com os outros alunos.

Claro, que nem tudo são flores, e não posso negar que muitos que acompanharam esse novo processo de “inclusão” do governo (sim, entre aspas), sente um pouco de revolta ao perceber que na realidade o aluno portador de deficiência não recebe um atendimento adequado, como receberia em uma classe especial com profissionais dedicados à eles. Essa nova inclusão coloca um aluno especial em uma classe regular, independente de sua deficiência. Ou seja, podemos ter um aluno com deficiência auditiva tendo aulas com um professor que não sabe se comunicar em Libras. Podemos ter um aluno com deficiência visual em uma classe que não possui recursos de áudio para que este acompanhe a classe. Confesso que na primeira semana fiquei bem indignada com a situação, mas como sou brasileira, não desisto nunca. A realidade é que não tem como colocar todos os alunos portadores de deficiência do município com um professor mediador, sendo assim, dá pra perceber como a situação é um tanto delicada…

Por outro lado, temos o grande carinho dos outros alunos da classe. Temos 23 alunos, e nunca imaginei que receberia tanto amor. Abraços, beijos, desenhos de presente… Como não gostar desses pequenos? Muitos dizem que sou louca por estar entrando na educação infantil. Outros já me disseram “cuidado! Ao entrar, você vai se apaixonar tanto que não vai mais querer sair…”. Eu só sei de uma coisa: Quer melhorar sua autoestima? Se jogue numa turma de pré-escola! Eu já perdi as contas de quantos Eu Te Amo escuto por dia. Principalmente de um aluno TDAH… Ah, psicólogos… Queria tanto que reconhecessem esses pequenos índigos… Mas isso vai ficar pra um próximo post. 🙂

E agora, algumas pérolas das crianças:



– Tia, você sabe por que o Popeye é forte?
– Não, por que?
– Porque ele fuma o dia inteiro!
(Sim, as crianças reparam em tudo, principalmente quando o desenho não é muito instrutivo…)
Agora a pérola de um índigo, ops, um TDAH:

– C., coloque o nome e a data no seu desenho.
– Tia, eu não vou colocar número no meu desenho…
– Mas por quê? Tem que colocar o nome e a data…
– Tia, eu não entendo por que tem que colocar número no desenho. Desenho é pra ser desenho. Um número estraga. Olha lá no mural! Seria mais bonito se os desenhos não tivessem números…
– Ok, C., coloque atrás da folha então…

E pra finalizar:



-Tia, quantos anos você tem?
– Quantos anos você acha que eu tenho?
– Ah, não sei.. 15?
– Obrigada pela gentileza!
Por hoje é só!