Facebook é tão mainstream…

Lembro-me como se fosse hoje, o burburinho causado pelo breve lançamento do Google Plus, rede social que substituiria o falido Orkut e que detonaria o Facebook. Aguardei ansiosamente por essa novidade, achando que no primeiro dia todos os meus amigos estariam lá, compartilhando seus memes, postando suas fotos, resmungando e mostrando o quanto suas vidas eram lindas, maravilhosas e perfeitas através de uma foto sorridente do Instagram. Mas isso não ocorreu.
Fiz meu cadastro, e na sugestão de amigos encontrei alguns – poucos – amigos. Uns que não falava há um bom tempo, outros que estavam ali, apenas com nome presente mas sem foto (talvez por nunca ter realmente conectado) e centenas de rostos desconhecidos aguardando meu clique para adiciona-los no meu círculo.
Achei muito bacana o sistema de círculos do Google Plus. Às vezes queremos acompanhar uma pessoa, mas não necessariamente precisamos ter o “contrato de amizade” pelas duas partes. É igual o Twitter. Gosto do que fulano escreve, mas fulano não se identifica com o que escrevo. Que mal há nisso? Amizades não são feitas devido a 100% de compatibilidade, mas sim devido a alguma porcentagem em comum, o que não significa que devemos gostar de tudo o que nosso melhor amigo gosta. Eu mesma tenho amigos assim.
Senti falta do agito do Facebook no Google Plus. Ninguém falava nada, a impressão que eu tinha era que estava naquelas típicas cidades do Velho Oeste procurando por um bar onde tivesse gente pra conversar enquanto o feno passava rolando pelo meu caminho. Ouvi som de cavalos, mas não identificava aonde. Não ouvia sequer meu eco no espaço. Escrevia, perguntava o tão famoso “tem alguém aí?” e a resposta era o silêncio. Nunca mais voltei por aquelas bandas. O Facebook era melhor.
No entanto, lia rumores em blogs estrangeiros, de que o Google Plus era bem melhor e que havia uma migração em massa para lá. Me perguntei se estaríamos falando sobre a mesma rede social, pois não era isso que eu via. Passei a adicionar tais pessoas e ingressei em um grupo sobre minimalismo. Para minha surpresa, o grupo funciona. Debates importantes, educados e dicas bacanas. Gostei. Acrescentei algumas dessas pessoas nos meus círculos, e vejo como é diferente do Facebook.
“Você ainda tem Orkut?”, perguntava uma amiga quando todos migraram para o Face. Sim, eu ainda mantinha o Orkut, não pelas pessoas, mas pelas comunidades. Não gosto do formato das comunidades do site do tio Mark, acho muito confuso, e o que é passado fica pra trás. É muito chato ter que rolar continuamente a página em busca de algum tópico interessante, visto que no Orkut a busca era muito simples, por lista. Eu ainda mantinha grupos bacanas lá, discussões legais, até que foi ficando parado, sem atividade e acabei o deletando também. Sinto falta de um espaço no qual podemos trocar ideias de uma forma séria, mas não curto sites de fóruns. Tenho cadastro em apenas um, de fotografia, mas nunca dei  minha opinião, fico apenas lendo, e o Google Plus me proporcionou esse retorno de um espaço democrático, simples e aconchegante para trocar ideias.
Não posso negar que o Facebook hoje é A rede social. Mas também não posso desmerecer o Google Plus. Porém, devemos concordar que o Facebook já se ‘orkutizou’. Apesar de tantas opções para tornar invisível aquele seu amigo chato que passa o dia compartilhando coisas fúteis, ainda vemos muito lixo por lá. Por um lado, há toda a vantagem de se comunicar com amigos de meios sociais diferentes, como da faculdade ou trabalho. É possível marcar uma reunião apenas pelo chat. Formar o grupo de uma turma da faculdade, para trocar informações sobre provas e trabalhos, além de transmitir recados de professores (eu mesma já informei diversas vezes que o professor iria faltar no dia). Por outro lado, há a desvantagem de termos tanta coisa passando sob nossos olhos, que acabamos enfeitiçados. Quem nunca deixou o Facebook aberto e ficou voltando de tempos em tempos para ver se alguém publicou algo legal?
Eu acredito no fim do Facebook. Haverá um dia em que internautas se cansarão dessa poluição orkutiana e migrarão para outra rede social. Google Plus? Não sei, talvez. E se for, preparem-se para as brigas de casais ao colocar determinadas pessoas em seus círculos. Espero que o tio Google tenha um ótimo filtro anti-porcarias, pois nenhuma rede social até hoje esteve livre do verdadeiro lixo eletrônico.
Quem quiser, pode me adicionar no Google Plus. Ficarei muito feliz em poder compartilhar meus pensamentos com vocês. Quando eu postar algo.

Nós somos as cantoras do Rádio

Conversar com meu avô é uma das coisas mais divertidas na família. Enquanto minha avó está começando a esquecer de algumas coisas – e isso é triste – meu avô mantém uma memória desde tempos imemoráveis. Duas horas de conversa com ele já saímos expert em história do Brasil, era Vargas, Palácio da República, Rádio, início da TV e fazendas escravistas. Na ultima visita que fizemos a ele, escutamos com admiração muitas histórias antigas, como por exemplo, a época em que mal anoitecia e as famílias se reuniam em volta do rádio para ouvirem as rádio-novelas.

Hoje, com toda a tecnologia praticamente palpável, é quase impossível se colocar em um tempo em que a imaginação era quem comandava, assim como um livro, as cenas e as personagens de uma história. A TV hoje se preocupa demais com a verosimilhança, o realismo, os detalhes, a qualidade de imagem, mas, entre chiados e ajustes na antena (de chifre) é que toda a imaginação e criatividade fluía entre os membros de uma família.

Segundo meu avô, assim que se casou e veio para o Rio de Janeiro (ele de Resende/Rj, ela de Recreio/MG) resolveu realizar um sonho da minha avó: conhecer como eram produzidas as novelas. E lá foram eles no auditório de uma rádio, para acompanhar ao vivo a produção. Lembrei-me de uma disciplina do jornalismo que cursei ainda em São Paulo, sobre as rádios, na qual aprendemos como eram produzidas tais novelas, e que eu havia me encantado por isso. A era do rádio realmente foi uma era de ouro, como todo aquele glamour, a instantaneidade, a produção ao vivo entre atores ao microfone e a sonoplastia, sempre em sincronia. Agora editamos tanto um programa ou filme a ser transmitido na tela, que acaba perdendo a energia. Não é mais o presente, é o passado. Eu posso simplesmente dar “pause” no meu controle remoto e assistir mais tarde, quando eu quiser, se eu quiser.
Ah, como eu queria ter vivido naquela época. E se eu vivi, tenho certeza que fui uma fã do meu querido Orson Welles, o grande produtor de cinema e rádio, que criou “A guerra dos mundos” junto com H. G. Wells. Mas isso eu vou deixar para um outro dia, pois tenho uma paixão tão grande por ele e suas produções que não caberiam em um parágrafo final de um post.

Eu nunca comi Macarons

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Ultimamente tenho visto uma enxurrada de fotos desses – agora – famosos docinhos. Macarons. O problema é que fico na dúvida se eles são objetos decorativos ou se também servem para alimentação. Como de costume na internet, algo do nada vira moda, e todos têm que fotografar/comer para mostrarem aos outros “como sou legal, eu fotografo macarons em tons pasteis”.
Acho original quem começou com isso, captando a delicadeza através do olhar fotográfico, acho bacana mesmo. De verdade. O problema é quando todos os outros blogueiros resolvem entrar na onda e, para serem “in” passam a fazer o que um fez. Gente, há tanta comida por aí a ser fotografada – vejam instagram– que não precisamos abusar dos famosos docinhos coloridos que eu nunca comi.
Ah, sim, alguns podem achar que é inveja por nunca ter experimentado (ou fotografado) o fotogênico macaron, mas entre esse pequeno docinho e um prato de macarrão, eu fico com o segundo. E com bastante queijo ralado, por favor.