Religiões e a questão da intolerância

Eu sou uma apaixonada por religiões. Cada uma delas guarda uma cultura muito forte de sua origem e a cada lugar diferente que passa, sofre algumas adaptações, tentando não fugir muito da essência original. Ritos sagrados, orações, palavras de poder e cânticos são elementos comumente encontrados na maioria delas, cada um de seu jeito, o que as enriquece.

Porém, há também o outro lado da moeda. Guerras santas, disputa pelo poder e preconceitos gerados pela fé, são fatores históricos e que permanecem até os dias de hoje. Infelizmente podemos notar a presença forte de conflitos de cunho religioso, o que me faz perguntar o que deu errado, já que a principal finalidade de uma religião é religar a Deus, fazendo com que os povos se entendam e se amem.

Fico me perguntando também, por qual motivo uma religião precisa de divulgação. Venha para a minha igreja, aqui é melhor que lá! Tal discurso já estamos cansados de ouvir, em todas as partes. Eu acho que a melhor divulgação para algo é a própria observação. Se nos tornamos pessoas melhores, mais amáveis, menos agressivas, menos rancorosas e mais tolerantes por causa de uma religião específica, quem convive terá a curiosidade de conhecer que lugar é esse que faz tão bem (abrindo um parenteses para ressaltar que nem sempre a pessoa é assim por causa de alguma religião).

Mas não, religião hoje está mais ligado ao mercado publicitário do que à fé propriamente dita. No momento em que algo que deveria servir de apoio emocional/espiritual para o indivíduo começa a determinar como toda uma sociedade deve agir, é porque já se afastou de seu propósito inicial.

Não há Deus melhor que outro. Não há religião melhor que outra. A dignidade é individual e são nos pequenos atos do dia-a-dia que podemos expressar aquilo que há de mais belo em cada um de nós. Dignidade não está relacionado ao tipo de fé que a pessoa se enquadra, podemos ver também aqueles que não creem e são seres humanos corretos e equilibrados. Não é o tipo de igreja que você frequenta que vai te fazer melhor ou pior que o outro. É como você aplica no mundo aqui fora todos os ensinamentos.

Há tantas religiões belas no mundo e o seu Deus seria muito injusto se validasse apenas uma.

Vamos ser mais humanos e respeitar a fé alheia? Se você não gosta do que o outro crê, apenas não creia.

🙂

A moda da depressão no Facebook

Com a enxurrada de páginas a serem curtidas no Facebook, eis que surgiu uma moda um tanto estranha: a depressão. Biologia da depressão, jornalismo da depressão, academia da depressão, o diabo a quatro da depressão. Mas afinal, por quê isso? Tudo bem, sei que atualmente um espirro pode virar um meme e qualquer fato pode se espalhar em uma proporção geométrica, mas a moda do depressivo parece ter feito sucesso. Criado com o intuito de criticar alguma vertente, o termo qualquer-coisa-da-depressão acabou tornando um grande ponto de encontro de pessoas que possuem alguma atividade em comum.

Muito criticado atualmente, o Orkut já possuía, em suas comunidades, essa característica de reunir pessoas com os mesmos interesses. Já com o Facebook, no qual há uma grande diferença entre seus grupos, até pelo formato e superficialidade das discussões, parece que o xxx da depressão surgiu como uma forma de suprir o que o velho Orkut provia, que era o de categorizar pessoas de acordo com suas comunidades, transferidas agora para as tão famosas – e estranhas – depressões. Estuda Educação Física? Há a página da Educação Física da Depressão. É Médico? Advogado? Planta chuchu na varanda? Pode procurar que certamente há uma depressão esperando por você.

Sim, é algo estranho, meio sem noção. E é no meio dos milhões de depressivos que continuamos a orkutizar o Facebook, cada vez entupindo mais a timeline dos coleguinhas com piadas que não provocam mais que um sorriso no canto da boca. Ou eu é que estou ficando velha demais.

#Depressiva

Caminhando…

“Qualquer caminho é apenas um caminho e não constitui insulto algum – para si mesmo ou para os outros – abandoná-lo quando assim ordena o seu coração. (… ) Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o tantas vezes quantas julgar necessárias… Então, faça a si mesmo e apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, esse caminho não possui importância alguma.”

Carlos Castañeda, The Teachings of Don Juan