Uma Vida Minimalista

Give me a flower and I'll give my heart

Nada melhor que se organizar. E foi com a vontade de ajudar aos outros, mais especificamente as vítimas da enchente da região serrana aqui do Rio de Janeiro, que fui no meu painel de controles e cliquei em Criar Novo Blog. O nome, não sabia o que colocar, então inspirada pela minha condição de eterna estudante junto com as ideias de minimalismo que eu lia nos blogs estrangeiros, criei o Estudante Minimalista (hoje Vida Minimalista).

Fui fazer um super declutter no meu guarda-roupas (destralhamento). Senti no fundo que não precisava de quase nada daquilo que vinha acumulando durante anos e acabei separando pilhas e pilhas de roupas, sapatos, meias, tudo! Tudo o que eu via que não usava há um tempo. Eu estava em Itaipuaçu, região de praia e não conseguia lidar com a ideia de que ali havia roupas que eu não usava desde meus 14 anos. Se na casa de praia era assim, imagina no meu apartamento?

Uma boa ação sempre contagia quem está ao nosso redor e foi isso que aconteceu com meus pais. Observando minha arrumação – e olha que eles são bem apegados – começaram a separar também roupas, sapatos e objetos que não precisavam mais. Meu pai pegou todos os sapatos que não usava, os lavou e colocou na varanda pra secar. Acho que ele nunca havia percebido o quanto havia acumulado e que não precisava de tanta coisa. Só quando juntamos é que tomamos a consciência do volume de coisas que acumulamos sem precisar.

Minha mãe foi então pra cozinha, e abrindo o armário, pegou pilhas e mais pilhas de potes de sorvete que havia guardado para sei lá o que. A TV nos mostrava que as pessoas não tinham recipientes nem pratos para guardar e comer os alimentos, e com isso separamos sacolas enormes de recipientes de plásticos, pratos e talheres.

E assim começou a minha história. Ao chegar no Rio de Janeiro fiz o mesmo com meu guarda roupas. Depois com minha escrivaninha. Meus brinquedos de infância, itens de papelaria, sapatos, tudo! E pra minha sorte, temos aqui pertinho a Casa Ronald McDonald’s que trata de crianças com câncer. Lá eles possuem um bazar movido de doações e revertem o lucro para manter o instituto. Gosto muito de lá pois já conheci como funciona e a cada dia eles expandem mais e mais, para que um número maior de crianças possa receber o tratamento. Sem contar que a casa é linda!

Com essa vontade de reduzir, comecei a tomar consciência do meio ambiente e tudo o que causamos nele. Claro que sempre fui uma defensora da natureza, mas me parece que veio em maior força. Comecei a ler sobre o assunto, aprender cada vez mais e compartilhar no blog temas relacionados a isso. O consumo consciente era a chave da maioria dos meus textos e com isso também me tornei uma pessoa mais crítica no momento da compra. O blog foi crescendo e, com mais pessoas lendo, fui tentando melhorar a qualidade das informações. Sempre dá um frio na barriga quando temos que publicar algo que muitos leem e com o blog não foi diferente.

Estudante Minimalista é um nome que abrange pouco, como se falasse apenas sobre tema de estudos. Depois de pensar bastante e pesquisar, tomei uma iniciativa de mudar o nome do blog. Foi uma situação de risco, pois talvez perderia leitores, ninguém mais o achasse pelo Google, mas era o momento certo. Mudei para Vida Minimalista.

Cadastrei o blog em redes sociais e tudo foi ocorrendo naturalmente. Eu confesso que tenho medo de estar incomodando os outros, então não sou muito de ficar divulgando toda hora. Quando faço isso, parece que estou mendigando visitas e me sinto intrusa na vida dos outros. Neura minha.

Aprendi sobre Mapas Mentais, métodos de organização pessoal como o GTD, ZTD entre outros. Escrevi, escrevi, li muito e o Vida Minimalista tem de tudo um pouco. Desde dicas para encontrar a própria felicidade até como organizei os cabos do meu computador. É um espaço meu, mostrando como apliquei determinados conceitos em minha vida e não significa que todos tenham que seguir um manual. Acho bacana quando as pessoas leem e tentam aplicar, modificam, adaptam e dá certo no final. Não somos iguais, portanto o que é bom para um, pode não ser para o outro.

E foi assim que tudo começou e se desenvolveu. Fico muito feliz em hoje ter um público bacana que me acompanha lá. É como se eu conhecesse cada um deles e essa semana tudo melhorou quando criei o grupo do Vida Minimalista no Facebook. Ver a interação dos meus leitores é bom demais!

Acho que tudotem seu tempo e nada é por acaso. Eu escrevo em blogs desde a época do Blig, um dos primeiros que surgiram. Acompanhei diversas mudanças na blogosfera e hoje, com o Camilando, não me enquadrei em um segmento específico como o Vida Minimalista.

Quando me perguntam sobre o que é o blog, respondo na mesma hora: É um blog sobre minimalismo, produtividade e vida simples na era da tecnologia. Já quando me perguntam sobre o que é o Camilando, penso uns segundos e respondo: sobre coisas que gosto. Pode parecer vago, pode não ser bom pros motores de buscam pra monetização e bla bla bla do Google, mas aqui é o meu cantinho onde sei que posso escrever sobre o meu dia-a-dia, sem fugir do tema central. E se me perguntarem qual dos dois eu gosto mais, não terei resposta para isso. Lá escrevo sobre algo que me move a cada dia. É como uma missão. Aqui gosto de mostrar um pouco de mim. Um não exclui o outro, muito pelo contrário, se complementam!

Portanto, se você ainda não conhece o Vida Minimalista, dê um pulinho lá. Tenho certeza que você vai gostar!

Ah, o Camilando também está presente nas redes sociais. Ele tem uma fan page no Facebook e está no Twitter. Espero que vocês gostem!

Crônicas de Amor: Me procure quando voltar

Sem título


Você me disse que partiria em alguns dias. Reservei todo o meu tempo, apostei todas as cartas em uma grande despedida, mas você desapareceu. Com um simples adeus sequer olhou em meus olhos e não ouvi sua voz me dizendo “eu voltarei”. Solitária, caminhei pelos corredores vazios e pouco iluminados, lembrando de tudo o que já vivemos até hoje, fatos que talvez minha mente continue insistindo que realmente existiram, mas eu continuo jogando pra debaixo do tapete a verdade de que são apenas ilusões.

Como posso não me enganar se ainda te tenho aqui, a um simples clique? E-mails a serem enviados que nunca tive coragem se perdem no tempo. Um simples rascunho, que por qualquer falha tecnológica se perderá. Eu gosto tanto de você que preferia não te ver. Preferia te odiar e encontrar defeitos em seu jeito de andar, de vestir, de olhar e principalmente de falar. Você fala engraçado.

Sua ausente despedida só me faz pensar o quanto eu signifiquei pra você. Na minha humilde imaginação eu estava em seus braços, assistindo aquele filme cafona que ninguém queria prestar atenção. Cantando aquela música indecifrável apenas pra nos desviar do propósito principal. Eu desviava os olhares pra não me render aos seus, mas tudo o que tive no final foram lacunas vazias. Silêncio e solidão. Mas na próxima vez será diferente. Não te deixarei andar pelos corredores sozinho, correrei atrás de você com os cadernos na mão perguntando qualquer coisa idiota, só pra chamar sua atenção. Assim como você fez naquele dia. Ou não.

E quem me dará a certeza de que você voltará? O que poderá fazer você me notar, nem que seja em um simples papo, tomando café numa mesa de bar? Ah, mas eu andei sabendo por aí que você não gosta de café… Seria aquilo um indício de você me amar?

Tudo bem. Apenas me procure quando voltar.

~ Estou inaugurando essa sessão “Crônicas de Amor”, no qual postarei alguns textos aleatórios inspirados no meu presente, meu passado ou o que eu gostaria que fosse meu futuro. Ou não, podem ser apenas situações que observo de amigos ou de pessoas que não conheço. Espero que gostem dessa parte do meu blog, com um pouco mais de inspiração.

Quando o virtual é real demais

Eu preciso escrever. Sinto a necessidade de pousar meus dedos sobre este teclado e me deixar embalar pelo som das teclas na noite fria. Às vezes penso muito quando deveria evitar alguns pensamentos. Me envolvo demais querendo ajudar a todos e acabo esquecendo de mim. Guardo sentimentos de angústia, tristeza e dor ao ver como o ser humano anda se comportando com o meio em que vive. É tudo tão distante e tão próximo de mim que a impressão que tenho é de que vivo em uma bolha. Apenas observando. Apenas não-participando.

Quando fui Museu das Telecomunicações, aqui no Rio de Janeiro, a menina que nos guiou nos fez refletir muito sobre a nossa sociedade atual. em uma das reflexões nos perguntou, se sua vida fosse um filme, quem você seria? Será que todos nós somos protagonistas? Ou somos diretores? Simples espectadores? Vale à pena passar todas essas cenas apenas na plateia enquanto tudo acontece no palco? Quem realmente atua conosco?

Conheço muitas pessoas. Umas do passado que permanecem no presente. Outras que acabaram de chegar e que tenho certeza que ficarão no futuro. Algumas outras, virtuais. Como é estranho e ao mesmo tempo fascinante o convívio virtual… A tecnologia tem nos permitido conhecer pessoas distantes que tudo têm a ver conosco, muito mais até que aquele nosso vizinho que nem nos cumprimenta no elevador. Vivemos tão perto mas tão longe. Estamos tão longe mas tão unidos por um gosto em comum. E quando eu penso nas minhas amizades virtuais, posso dizer que, tudo no final se mistura. Nossas vidas virtuais já estão tão concretas no real que já não podemos mais distinguir em que momento começamos de fato a viver. Estar conectado nos traz para o dia-a-dia todas aquelas pessoas ali, em um aparelho de celular, mas que nem sempre conhecemos ao vivo.

Compartilhamos nossas vidas, mostramos o que comemos, o que lemos e o que assistimos. Nos tornamos tão dependentes de mostrar ao outro que já não tem mais graça o anonimato. E aquelas pessoas estão ali, lado a lado, frente a frente conosco, seja em um churrasco entre amigos, seja em um jantar importante, sempre haverá os coadjuvantes virtuais presentes.

Porém, nem sempre as coisas duram. Vivemos em uma época tão louca, tão corrida, tão líquida que o que hoje é, amanhã pode não ser mais. O que ontem foi, dificilmente permanecerá, e é tão mais fácil excluir pessoas que com apenas um clique tudo se acaba. Toda uma história, toda uma possibilidade de futuro. Sentimos mágoas e não conversamos. Preferimos escrever no Twitter indiretas para um, que 50 tomam para si.

Preferimos bloquear, preferimos ignorar a mensagem. E assim se desfaz a amizade. É mais fácil, mais cômodo, não tem o olho no olho. A facilidade do meio virtual é tanta que economizamos palavras. Economizamos sentimentos. O que alguns caracteres podem fazer de diferença, nem sempre é feito. É melhor deixar pra lá, ignorar, não falar. Dar um tempo e depois dizer que simplesmente o Facebook deletou. Mas por trás de cada arroba, há uma pessoa. Por trás de cada avatar, há um ser de carne e osso, que sente, sorri, chora e tem que se acostumar com os altos e baixos das amizades virtuais.

E continuemos nessa vida efêmera, corrida, com pressa de chegar a algum lugar. Só não sabemos aonde. Qual a linha sutil que separa o real do virtual? Quem somos nós nesse ambiente vasto que nos acolhe e ao mesmo tempo nos repele? Continuarei minha busca, quem sabe um dia eu tenha respostas.