UERJ, Shun e música celta

Não é novidade se eu contar a vocês que a semana foi bem corrida, não é mesmo? Voltamos às aulas na UERJ, e pra nossa surpresa, teve uma aula inaugural maravilhosa sobre a importância de se ler os clássicos, com direito a café da manhã lá no nosso andar. Se eu soubesse não teria comido tanto pão antes de sair de casa.

Essa foto do lanche, tirei lá na nossa varanda, com a vista da entrada da universidade, onde todo semestre alguém se suicida. Muitos não acreditam nessa “lenda” dos suicidas da UERJ, mas é verdade. É um dos locais com mais índice de suicídio no Rio de Janeiro, e na semana anterior ao do retorno das aulas, mais uma pessoa se jogou lá de cima. Eu estava na faculdade nesse dia, mas acho que já estava no bar Loreninha, o nosso point, e por isso só soube depois do acontecido.

Finalmente minha flauta irlandesa chegou. Ela é um pouco diferente da flauta doce e transversal, pois é afinada em Ré, e não em Do como as outras. Isso não muda praticamente nada na hora de tocar, apenas é mais fácil tocar músicas celtas, pois são geralmente no tom de Ré, como a Lough Erin Shore, tocada pelo Trio Amadeus (brasileiros).

O mais importante de estabelecer uma meta, é dar prioridade a ela. Neste momento estou me dedicando praticamente 100% do meu tempo a uma única coisa, e por isso estou deixando de lado outras, como o blog, algumas aulas e diversão. Não gosto de comentar nada sobre meus planos, até que eles aconteçam. Sempre fui assim, fechada quando planejo algo, e futuramente espero ter uma boa notícia, certamente compartilharei aqui no blog. Enquanto isso eu vou estudando, estudando e estudando…

Pra distrair um pouco, entre uma leitura e outra, coloquei novamente a armadura do meu querido Shun, que agora fica sentadinho na prateleira sobre a minha cabeça enquanto estudo. Não consegui colocar algumas peças, como o cinturão e as joelheiras, mas ele ficou lindo de qualquer forma. Shun é e sempre será o divo do meu quarto. <3 Não adianta, Saint Seiya é e sempre será meu anime favorito. Posso ter meus 100 anos de idade que nunca deixarei de gostar dos meus queridos bronze-boys. Já até tive um site sobre a série e já cobri eventos de anime. Foi uma época maravilhosa e tenho muita saudades das amizades que fiz e das fics que eu escrevia no Nyah. =)

Queria compartilhar muito mais fotos com vocês. Estou pensando em uma solução com a hospedagem, pois com o Blogger não tinha o problema de limite e agora que tenho tudo hospedado em um servidor próprio, se eu começar a fazer upload de fotos demais, uma hora vai acabar o espaço. Colocar tudo no Flickr também não sei se seria uma boa ideia.

Como ando escrevendo pouco por aqui, acabo tendo uma dificuldade na hora de escolher quais fotos colocar, pois há muitas, e muitas novidades pra contar. Não sou de postar looks do dia, mas ultimamente tenho optado por roupas menos coloridas, e descobri que gostei bastante do preto. Meu guarda-roupas ultimamente tem bastante roupas de cor básica, pois assim tenho mais opções de combinação. Estou tentando montar um guarda-roupas minimalista e é bom demais podermos usar todas as peças e conseguir não comprar por impulso.

Quinta da Boa Vista + Palestra

Ontem aqui no Rio de Janeiro tivemos um lindo dia de sol. Sou apaixonada pelo frio, mas devo admitir que quando temos um sol leve, sem aquele calor exagerado, também acho gostoso aproveitar a natureza.

A Quinta da Boa Vista fica na zona norte do Rio de Janeiro, no bairro São Cristóvão, e é um parque que abriga o Museu Nacional e o Zoológico do Rio e conta com um espaço amplo e com bastante verde, semelhante ao Parque do Ibirapuera (para os leitores paulistas). La também tem dois monumentos interessantes: a Vista Chinesa e o Templo de Apolo, e foi neste último que o grupo do ESP-RJ (Encontro Social Pagão) se reuniu para uma palestra com o Thiago Menezes.

Foto: Marguinha

Como cheguei antes, aproveitei pra fazer algumas fotos com meu celular. Não levei minha câmera dessa vez, mas fiquei com muita vontade de tirar um dia no final de semana para ir ao parque apenas para fotografar suas belezas. Tem tantos detalhes bonitos por lá que certamente conseguirei várias fotos inspiradoras.

Quinta da Boa Vista - Rio de Janeiro

Entrada da Quinta da Boa Vista

Quinta da Boa Vista - Rio de Janeiro

Adorei essas pedras, todas têm um sulco no meio com plantinhas nascendo 🙂

Quinta da Boa Vista - Rio de Janeiro

Energia!

Quinta da Boa Vista - Rio de Janeiro

À direita, a Vista Chinesa

Quinta da Boa Vista - Rio de Janeiro

À esquerda, o Templo de Apolo

Quinta da Boa Vista - Rio de Janeiro

Vista Chinesa

Quinta da Boa Vista - Rio de Janeiro

Templo de Apolo

Espero que tenham gostado das fotos. Eu moro muito perto da Quinta da Boa Vista e raramente vou até lá, mas fiz uma promessa a mim mesma que irei frequentar mais vezes, nem que seja para estender a canga na grama e ler um bom livro. Chega de ficar trancada em casa aos domingos! Se eu pegava 2 ônibus para chegar ao Parque do Ibirapuera quando morei em São Paulo, tenho que deixar a preguiça de caminhar até a Quinta, que fica há alguns minutos de onde moro.

Até a próxima!

Buscando uma aparência mais natural

Lembro-me como se fosse hoje. Aos meus 14 anos de idade, minhas amigas já pintavam o cabelo. Uma delas, que era mais velha, fazia luzes num salão pertinho do meu prédio. Eu queria ser como elas, mudar minha aparência – até por que eu não era lá muito bonita – quando minha mãe chegou com uma solução: Chá de camomila.

A camomila foi o portal inicial para uma série de mudanças. Fazendo um chá bem concentrado e aplicando nos cabelos, é possível clareá-los quando nos expomos ao sol, ou com o calor do secador. Após várias sessões, eu estava totalmente diferente, com um cabelo loiro mel e bem feliz. Como meu cabelo era claro (embora não muito bem cuidado) consegui alcançar um tom bonito.

Essa foi a primeira experiência de mudança. Não queríamos usar tinta no meu cabelo e apelamos para uma solução bem natural. Dizem que o leite também é ótimo para clarear, mas nunca experimentei. A partir desse episódio, nunca mais parei, e minha primeira tinta lembro-me como se fosse hoje: Wellaton Loiro acobreado. Não preciso dizer que meu cabelo ficou puxado pra um laranja, mas como não havia essa preocupação na época (1998), achei que estava lindo. A raiz cresceu e cada vez fui experimentando uma tonalidade diferente.

Já fiz muita besteira no meu cabelo. Como ele é cacheado, não me sentia incluída na sociedade do cabelo liso-perfeito, então por diversas vezes comprei alisantes de farmácia e apliquei em meus próprios cabelos, claro, escondida – e com uma tinta loira por baixo. Não preciso dizer o quanto já tive meu cabelo estragado, quebrado, mas a sensação de ter um cabelo “liso” compensava qualquer risco.

Toda vez que eu enjoava, pintava de preto. Até o preto azulado já usei e pra quem entende de coloração, usar essa tonalidade é como assinar um atestado de “não  mudarei a cor do meu cabelo pelos próximos 2 anos”. O tempo passava e eu voltava para o loiro. Escovas progressivas, descolorantes, tonalizantes, mais escova progressiva. Formol, hidratação de farmácia, tinta vermelha. Vermelho fogo, pra sair logo do loiro. Enjoei? Preto nele!

E assim meu cabelo foi acumulando, ao longo dos anos, diversos resquícios de uma mente inquieta, que não sabia com qual aparência irá querer acordar no dia seguinte. Enjoei do escuro? Dekap Color nele. Foi minha salvação. A modernidade nos dá soluções, e foi com esse produtinho milagroso que consegui limpar todo um histórico de pigmentos nos meus fios. Com a limpeza, tentei voltar à cor natural do meu cabelo. Mas… qual era a verdadeira cor dele?

Castanho médio. Era isso que parecia minha raiz contrastando com as luzes. Ou não, quase preto. Era escuro, então eu sempre comprava aquela cor, cuja mulher bonita na caixinha me agradava. E cada vez que eu tentava voltar à cor natural, ficava frustrada, pois agora em vez da raiz nascer escura, estava contrastando com o restante do cabelo por nascer mais clara.

Bati o martelo. Usei, pela última vez na minha vida uma caixa de Dekap Color, até limpar todo o restante de tinta no meu cabelo, e passei uma tintura natural, o Natucor, com a promessa de não mexer mais nos meus fios. O ano de 2013 está sendo um ano sabático-capilar. E hoje, posso ver o quão bonita é a cor natural do meu cabelo. É uma espécie de castanho-claro com uns reflexos cobre no sol. Mesmo que a tinta que está saindo – da altura da minha bochecha pra baixo – fique com um tom avermelhado, a raiz está nascendo tão bonita, que estou encantada com minha cor natural. Estou me descobrindo, após exatos 15 anos e essa experiência tem sido edificante para mim. Não é apenas uma questão de cabelo, mas toda minha busca pelo autoconhecimento está refletindo em diversos campos da minha vida.

Meus primeiros fios brancos estão aparecendo, antes os trinta. Será que eu já os tinha e nunca havia reparado por causa da tintura? Será que surgiram agora? O mais incrível é que não são fios brancos, mas prata. E eu os achei tão bonito que fiquei com dó de arrancá-los. Não são muitos, mas são belos. Se eu vou pintar os cabelos por causa deles? Não. Não no momento. Não sei do amanhã, mas hoje quero acompanhar e respeitar o tempo do meu corpo. O ritmo da natureza.

Também não mais cortei meus cabelos desde o dia 4 de janeiro de 2013. Como lembro da data? Aniversário do meu pai. Antes de sairmos pra jantar fora e com meu cabelo completamente detonado de processos químicos, me tranquei no banheiro com uma tesoura e, mecha por mecha fui cortando, na altura acima do ombro. Meu cabelo encheu, cacheou, e pude sentir novamente a irrigação chegando até as pontas, como uma árvore que volta a ter sua seiva percorrendo por todos os seus galhos.

^ Dia em que cortei | Dia seguinte

Após muitos centímetros, posso dizer que estou recuperando quem sou. Olhando no espelho posso ver que meus olhos são da mesma cor que meus fios, e que tenho sardas e não manchas na pele, as quais escondia com corretivo. Essa sou eu. Essa é a minha natureza. E estou feliz em resgatar aquela pessoa que, já aos 14 anos, queria se enquadrar em uma forma ditada pela sociedade. Não, não foi vontade interna de mudança. Eu só queria ser como aquelas meninas populares da escola. Eu só queria fazer parte de algo. E hoje eu vejo que a melhor coisa que fiz na vida, foi não ter conseguido fazer parte, pois a individualidade é o nosso maior tesouro.

Descobrir a si mesmo é um caminho árduo e longo, mas nem todo caminho nos leva a algum lugar. Às vezes, a própria viagem é quem nos ensina. E assim continuo caminhando.

Viva o natural!

Obs.: Não tenho absolutamente nada contra quem gosta de mudar o cabelo, mudar a aparência. Eu já fui assim e não sei por quanto tempo durará essa minha fase natural. Mas estou gostando muito dessa minha fase de autoconhecimento. É maravilhoso! 🙂