Como fazer uma Faxina Digital

De tempos em tempos eu gosto de analisar meu computador e ver o que andei acumulando ao longo dos meses e fazer um super declutter. Manter um computador minimalista com apenas os programas, arquivos e redes sociais que realmente preciso é essencial pra mantermos uma navegação rápida, limpa e saudável.

Vou compartilhar o passo a passo que fiz hoje no meu declutter digital depois de me inspirar com o tweet da Paolla Arnoni, que tinha feito uma limpeza em suas redes sociais. Sei que tem vários posts antigos da época do Vida Minimalista por aqui falando do mesmo assunto, mas sempre tem dicas novas. Vamos lá?

1 // Limpar pasta de transferência

Sabe aquela pasta onde todos os seus downloads vão direto pra lá? Sempre começo limpando a pasta de downloads/transferência. Se um arquivo é importante, deve ser imediatamente transferido pra pasta onde ele deve ficar (fotos, música, vídeos etc). Se não é importante e não precisa ser arquivado, então deve ser excluído.

2 // Músicas

Antigamente eu tinha um arquivo imenso de músicas no meu computador. Eram álbuns e discografias completas, mas como estou sempre trocando de computador/notebook/celular, não conseguia mantê-los sincronizados. Pra isso, eu precisava manter TODOS os arquivos em TODOS os dispositivos, o que dava um trabalhão, além de ocupar muito espaço desnecessário.

Atualmente mantenho apenas alguns arquivos em mp3 no meu computador, mas de músicas que não encontro facilmente e gravações da época em que eu cantava e tocava. Migrei todas as minhas músicas pro serviço de streaming Spotify, que pra mim está sendo o melhor até agora. Tenho diversas playlists por lá e uma delas vocês podem conferir aqui na barra lateral do blog (pra quem acessa pelo computador). Com o Spotify tenho todas as músicas sincronizadas em todos os dispositivos e algumas playlists ficam sincronizadas para funcionarem offline. É uma mão na roda!

3 // Fotografia

Desde que comecei a organizar minhas fotos digitais, já saio deletando as que não ficaram boas assim que as descarrego no computador. Mudei bastante o esquema de organização de fotografias desde o último post mas mais pra frente vou escrever um dedicado apenas a isso. Por enquanto adianto que minhas fotos editadas e finalizadas ficam sincronizadas no meu Dropbox organizadas em pastas blog / lifestyle / yoga / viagens / espiritualidade etc.

4 // Programas instalados

Sempre que faço uma revisão, descubro alguns programas que instalei, usei algumas poucas vezes e depois nunca mais precisei deles. Esses são imediatamente desinstalados. Se algum dia pra frente precisar deles novamente, é só reinstalar. Melhor que manter por anos uma parte do meu HD ocupado com coisas que não estão em uso. Faça uma revisão no seu computador, tenho certeza que encontrará também softwares que estão empoeirados já.

5 // Redes Sociais

Aí chegou a melhor parte do meu declutter: redes sociais. Quantas contas por aí você tem cadastro? Desde que escrevi esse post aqui tenho certeza que já surgiram dezenas de novas redes sociais e que meu email já circula por muitos outros cantos da internet. Uma dica que dou é ter um email só pra cadastros de internet e redes sociais e manter um outro particular só para amigos/profissional.

Muitas vezes nos empolgamos com projetos novos e acabamos criando contas adicionais em redes sociais que já temos, como twitter, instagram e fanpages no facebook. Há também redes sociais novas que surgem com a promessa de que serão o novo Facebook e acabamos correndo pra fazer logo um cadastro, mas quando percebemos que elas nem eram aquilo que prometemos, acabamos abandonando.

Que tal fazer uma faxina nessas contas? Será que precisamos MESMO estarmos em todas essas redes sociais? Será que não é melhor usarmos apenas algumas e direcionarmos nosso tempo pra atualizarmos poucas, porém com mais cuidado e atenção?

Quando desentulhamos nossa vida digital também melhoramos nossa qualidade de vida, afinal, perder tempo com inutilidades e guardando o que não precisamos mais é prejudicial também no meio digital. Por uma vida mais leve e com menos acúmulos, sejam eles físicos ou “invisíveis”.

Agora eu quero saber de você, quando foi a última vez que fez uma limpa no computador e nas redes sociais?

O declutter físico e o desapego emocional

Declutter e desapego emocional | Camile Carvalho | Vida Minimalista

Hoje fiz mais um declutter. Mas não, não mexi nas minhas roupas, nem na papelada. resolvi ir mais fundo.

Abri o maleiro do meu guarda-roupas, aquele mesmo que eu já havia feito um super declutter há alguns anos e contei aqui no blog. Naquela época, eu tinha muitas memórias, brinquedos da infância, todo meu material da primeira faculdade (Medicina Veterinária) e muita, muita tralha a ser analisada. Foi um processo difícil, de olhar cada objeto em minhas mãos e lidar com memórias, algumas boas, outras nem tanto.

Consegui organizar umas caixas, deixar todas aquelas memórias bem guardadinhas, para um dia, quem sabe, abri-las caso precisasse. Mas não precisei.

Hoje decidi recomeçar meu desapego tanto físico quanto emocional, e tirei cada uma dessas caixas. As coloquei no chão do quarto, e entre poeiras e memórias, fui abrindo uma a uma. O resultado foi impressionante.

Em cada uma das caixas, um pouco do meu passado, da minha personalidade, como se eu quisesse armazenar um registro de quem fui. Como se guardando aqueles objetos, eu pudesse provar a alguém que vivenciei aquilo, que eu sou aquilo que estava ali, armazenado.

Em uma das caixas eu guardava minhas memórias da Medicina Veterinária. Como alguns já sabem, eu sou formada em Medicina Veterinária desde 2007 e caminhei em direção às tecnologias de reprodução de animais de grande porte. Isso, traduzindo, significa que eu inseminava e fazia transferências de embriões, além de acompanhar exposições de Mangalarga Marchador e leilões.

Ali, naquela caixa, estavam também algumas matérias da faculdade, anotações de provas que eu havia guardado e catálogos de leilão. Esta foi uma parte de mim, que hoje vejo que não é mais. E foi só remexendo nessas memórias que me dei conta de que aquelas lembranças – antes felizes – hoje me trazem um sentimento de estranhamento com a Camile que sou hoje. Vou explicar o porquê.

Desde criança sou completamente apaixonada por cavalos. Não sei por qual influência, ou talvez por ser meu animal totem, mas meu sonho sempre foi trabalhar com eles. Montar no pêlo e sair galopando pelos campos, sem hora pra voltar. Aquela sensação de liberdade, de poder, e tudo o mais que um cavalo significava para mim. Fiz equitação e hipismo e, não satisfeita, não tinha outra opção para mim a não ser cursar Medicina Veterinária. Passei pra Biologia, pra Medicina, mas foi a Veterinária que escolhi.

Declutter e desapego emocional | Camile Carvalho | Vida Minimalista

Foram 6 anos de estudos, e de dedicação aos cavalos. No final do curso, eu já estava bem entrosada com os professores e com muitos fazendeiros, sendo constantemente chamada pra fazer parte das equipes sempre que havia uma cirurgia ou uma exposição. Foi a melhor época que vivi, pois ali me sentia realizada. Os semestres passaram e eu estava cada vez mais dentro de um universo um tanto fechado, de trabalhar com animais de grande porte, fazer cirurgias, castrações, descornas, inseminações artificiais e transferências de embriões. Até que – não me recordo como – uma ficha caiu:

“Eu amo animais. Eu amo cavalos. E tudo o que estou vivendo, colaborando, não condiz com esse amor e respeito que sinto por eles.”

Animais de produção – assim são chamados. E a cada dia me sentia mais infeliz por ter escolhido uma profissão que não estava completamente alinhada aos meus princípios de vida: o ahimsa (não-violência), o respeito e libertação animal. Muito pelo contrário, eu os fazia cada vez mais produtos de um sistema no qual o dinheiro era o mais importante. E foi quando rompi de vez com a Medicina Veterinária, aceitando um emprego de editora de vídeo da Rede Record. Sim. Um giro total na minha vida.

Não tive medo de mudar do Rio de Janeiro pra São Paulo, de morar com pessoas que não conhecia nem de ter que enfrentar determinados problemas longe da minha família. Eu queria mudar, e foi depois de um ano trabalhando no meio das telecomunicações, que decidi ingressar na minha segunda graduação: Comunicação Social.

Digo isso pra passar a mensagem de que nunca é tarde para fazer uma grande mudança em suas vidas. Mas agora retornarei ao tema da minha organização do dia. Calma, vocês verão que tudo tem uma ligação.

Enquanto mexia naquelas memórias da Medicina Veterinária, peguei os catálogos de exposições, de leilões, mexi no material de transferência de embrião que ainda tinha guardado. Uma emoção antes presa surgiu em mim, como uma catarse, e chorei. Minha caixa de boas memórias da Veterinária, não passavam de lembranças não muito agradáveis, de como eu estava em um caminho totalmente afastado dos meus princípios. Lembrei dos bois que eu havia selecionado pro abate. Lembrei da égua que caiu do penhasco e o fazendeiro só esbravejava que tinha perdido sei lá quantos mil. Lembrei do Búfalo que peguei no pasto e coloquei no caminhão, pra ser abatido. Quem era eu, afinal, naquela época?

Apenas três coisas pude fazer: pedir perdão por ter contribuído com algo que hoje não concordo, me perdoar (sim, porque isso também é extremamente importante) e agradecer, por ter percebido o quanto mudei nestes últimos anos. Como uma técnica Ho’oponopono (Sinto muito, me perdoe, eu te amo, obrigado).

2007 – era este o ano estampado na maioria das minhas lembranças e, quase 10 anos depois, me encontro no chão do meu quarto, revendo memórias que foram como um soco no meu estômago, mas que antes me faziam feliz. Eu já entendi o recado. Era isso que eu precisava vivenciar, e no momento certo.

Sou grata pela experiência que tive ao rever minhas memórias de momentos felizes. Mas agora é hora de deixá-las ir embora.

E na memória ficará apenas aquele cavalo castanho, sem sela, com sua crina ao vento. Livre, correndo junto aos seus companheiros ao fim do dia.

Livre. Livre. Livre.

Porque foi isso que eu sempre sonhei desde criança. E eu tenho a certeza que em algum lugar, haverá um cavalo em liberdade sendo grato por eu ter mudado de rota.

obs.: este post não é uma crítica à Medicina Veterinária. É apenas um desabafo sobre o caminho que eu estava trilhando dentro dessa profissão. <3

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Declutter de fim de ano

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Pra uns pode ser apenas uma data, como qualquer outra, mas eu gosto de encarar o fim do ano como um ritual de encerramento de um ciclo e início de outro. Não tem como fugir disso, tudo para nessa época do ano e recomeça no início do novo, então aproveito essa energia para fazer um ritual do desapego para começar o novo ciclo com novas energias.

O primeiro passo é fazer um declutter da papelada. Como também sou estudante, começo pelo material da faculdade e cursos, pois a maioria nessa época do ano já se encerrou. No meu caso específico, acabei de concluir minha pós-graduação, então é o momento também de fazer uma revisão no material que usei, principalmente no caderno, que será arquivado.

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Meu passo-a-passo

Limpeza

A primeira coisa que faço é varrer o chão do quarto pra tirar as energias negativas e estender meu tapetinho de yoga. Não adianta, para mim fazer um destralhe, jogar coisas foras e me desapegar faz parte da minha prática e não há diferença entre fazer uma postura, uma meditação e arrumar a papelada. Tudo isso faz parte da prática do yoga que, como já expliquei no vídeo do youtube, não se limita apenas a posturas e movimentos, mas ao modo como vivemos nossas vidas.

Música

Costumo colocar uma playlist de yoga (geralmente a que dou aulas) ou algum álbum do Deezer de Reiki, Meditação ou mantras. Acho que assim consigo entrar mais em sintonia com o objetivo da arrumação e crio um ambiente propício, leve e harmônico.

Água

Sempre encho uma garrafa de água e mantenho ao meu lado. Por algum motivo qualquer, sinto muita sede durante as arrumações e costumo beber de uma a duas garrafinhas durante cada sessão de organização.

Gavetas

Começo pelas gavetas, mas escolho uma por vez. Num dos meus primeiros declutters tirei tudo de dentro das gavetas fazendo uma grande pilha de objetos e papeis no centro do meu quarto, mas isso eu recomendo que se faça na primeira vez, para termos a noção do quanto acumulamos. Depois, nas revisões, pode fazer aos poucos, já que espera-se que não tenhamos acumulado tanto (o que nem sempre é verdade).

Papel

Com a pilha sobre o chão, pego um papel de cada vez e vou separando em pilhas de acordo com o que representam. Aqui fiz pilhas de papeis em branco, xerox da faculdade, pastas vazias (aquelas pastas em L), material de escritório (tesouras, cola, canetas etc.) e anotações que preciso guardar. Enquanto isso, o que não quero mais, vai pra pilha dos reciclados.

Declutter de fim de ano | Camile Carvalho | #camilecarvalho

Pilha dos reciclados

É uma terapia para mim rasgar papeis. Pode parecer besteira, mas enquanto pico cada um deles com as mãos me sinto agradecida pelo conhecimento que ele me permitiu obter, pelas palavras que pude escrever ou ler nele. Geralmente são papeis de anotações de aulas que já passei a limpo, ou textos já lidos, flyers que peguei na rua – e que não deveria tê-los trazido para casa – ou jornais que recebo gratuitamente.

Organizando

– Depois de formar a pilha de papeis a serem reciclados e colocá-los em uma sacola, analiso o que pode ser guardado e o que pode ser doado. Algumas xerox que fico depois do semestre ter acabado podem ser repassados a outros alunos dos períodos anteriores.

Papeis em branco ficam em uma pasta para serem usados na impressora (que confesso que quase não uso mais) e guardo também papeis que podem servir de rascunho. Gosto muito de fazer mapas mentais à mão, com papel e canetas coloridas para ter novas ideias, e estes papeis são muito úteis.

Pastas vazias vão pra uma outra pasta maior na qual guardo todo material de escritório que não estou usando no momento. Tenho algumas pastas em L, envelopes e sacos para guardar folhas de fichário nessa pasta maior e sempre que preciso de algo, recorro a ela. Quando não preciso mais, volto a guardar lá, pra não deixar tudo espalhado pelas gavetas.

Cadernos passam por uma revisão e arranco folhas que serviram apenas para rabiscos. Sabe aquela última folha que sempre anotamos coisas importantes para o momento mas que depois deixam de ter importância, ou apenas rabiscamos coisas sem sentido? Não gosto de começar um novo semestre ou novo ciclo com as últimas folhas com anotações. Dá uma impressão ruim, então tive a ideia de colar o quadro de horários ou alguma tabela importante na última página. Assim me impede de ficar rabiscando coisas aleatórias e usar meu caderninho centralizado para anotações.

Depois de guardar tudo em seus devidos lugares com energia renovada, costumo fazer uma meditação e agradecer por mais um ciclo encerrado.

E que venham novas energias!

E vocês, como fazem o declutter? Já fizeram o do fim de ano? Aproveitem a energia de renovação de ciclo para desapegarem daquilo que não os serve mais!

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