Feliz Samhain (Halloween)

Comemoração de Samhain. [fonte]
Hoje é mais um dia muito especial para as culturas pagãs, principalmente as Celtas. Segundo a tradição – originária do hemisfério norte – é no dia de Samhain que se comemora a virada do ano e também o dia dos mortos. 
Após o equinócio de setembro (Mabon), o povo do hemisfério norte caminha para um inverno rigoroso, sendo a palavra Samhain o significado de “fim do verão”. As plantações estão entrando em estado de latência, tudo o que já foi plantado já foi colhido e a terra precisa descansar para enfrentar um novo inverno rígido para depois ser abençoada com a volta do sol.

É neste dia, na virada de 31 de outubro para primeiro de novembro (ano novo), que acredita-se que a natureza, que vinha envelhecendo, morre, ou o sol, já que a cada dia reduz-se as horas de claridade dando espaço à escuridão. É neste dia, também, que deus, nestas tradições, pega o barco para o outro mundo, onde irá descansar até renascer, no solstício de inverno que ocorre por volta do dia 24 de dezembro, dia do nascimento do deus pagão.
Nas tradições pagãs é muito comum a ligação da natureza com as divindades, principalmente em relação ao sol, já que o povo dependia dos eventos da natureza para a própria sobrevivência (plantio e colheita). Há estudiosos que defendem que não havia uma religião em si, mas um instinto de religiosidade e sobrevivência, já que todos compartilhavam dessa mesma cultura observando e se relacionando com eventos naturais. No entanto, tais comemorações foram abarcadas pela igreja católica durante seu domínio político e reconfiguradas a fim de facilitar a conversão de novos fieis e não bater de frente com a tradição já existente, que era muito forte. Tão forte que até hoje comemoramos todas as festividades pagãs milenares, mas ressignificada pelo cristianismo.
Samhain também é o dia em que, segundo a tradição, o véu entre o mundo dos vivos e dos mortos está muito fino e sutil, havendo uma grande permeabilidade entre eles permitindo, assim a comunicação. É o dia em que os mortos visitam suas antigas casas e que aqueles que precisam fazer a passagem, conseguem atravessar a barreira. Ainda hoje se mantém muito forte a tradição, por exemplo na Galiza, de assar castanhas na brasa nas ruas, conhecido como a festa de Magusto. Tal costume galego tem a herança Celta os quais preparavam uma mesa de castanhas aos mortos que visitavam seus parentes, mas que não eram comidas pelos vivos.

Galegos comemorando o Magusto [foto: daqui]
Samhain é um período de introspecção, já que marca o fim do ano. Época em que se deve fazer uma reflexão do que fizemos no ano velho e o que planejamos para o ano novo. É uma fase de preparação para o inverno rigoroso, que muitas vezes tirava vidas, motivo pelo qual era de costume pular fogueiras no dia de solstício de verão (Festa Junina – Litha), para que os males fossem queimados e se pudesse atravessar um inverno sem perigo, resquício que ficou até hoje.
A palavra Samhain (que no gaélico deriva de duas palavras “samh”,verão, e “fuin”, fim) aos poucos foi sendo substituída. Acredita-se que a frase Allhallow-eve, em escocês, foi adaptada, aos poucos para o inglês All Hallow Evening, chegando até os dias de hoje como Halloween. Quanto às bruxas, é comum do ser humano associar o que se desconhece a algo ruim, e de uma simples reunião com fins ritualísticos para celebrar a virada do ano e homenagear aos mortos, virou algo passível de temor, de obscuridade e até mesmo, de demoníaco. Só não podemos esquecer que se hoje é o dia dos mortos para as tradições pagãs, no dia 2 de novembro é também o dia dos mortos em outras tradições religiosas que surgiram depois.
Damh the Bard – Samhain Eve

Termino esse texto com o pensamento de um índio norteamericano que se encaixa muito com o dia de hoje:
“(…) aquilo que você não conhece, você teme.
E aquilo que se teme, se destrói.”
– Chefe Dan George
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Feliz Mabon!

Mabon é um equinócio que marca a entrada do outono, no hemisfério norte. As tradições pagãs comemoram tanto pela “roda do norte”, que indica as estações do ano do hemisfério norte e seus festivais, quanto pela “roda do sul”, que seria a entrada da primavera, aqui no Brasil por exemplo.
Este ano estou observando os solstícios e equinócios de acordo com a tradição do norte. Ultimamente tenho me identificado demais com a cultura celta, e como o paganismo não possui dogmas nem regras rígidas, cada um é livre para praticar, ler, estudar, e adaptar de acordo com os próprios sentimentos e intuição.
Muitos me perguntam se eu sou Wicca, por usar um pentagrama no pescoço, observar os ciclos da natureza e gostar de tudo que é ligado à magia. Mas não, eu não sou, embora tenha grandes amizades que são. Gosto muito de ler sobre o assunto, frequento algumas reuniões, mas sou muito solitária nesse aspecto e não me enquadro em uma determinada tradição.
Para quem não sabe, paganismo não é uma religião, (muito menos pessoas não-cristãs como a igreja católica prega), mas sim um conjunto de diversas religiões antigas. Ser pagão é estar conectado à natureza, aos seus ciclos de nascimento-crescimento-morte e reconhecer como o princípio da vida a deusa, a mãe-terra ou mãe-natureza. Não sou uma especialista no assunto, mas tenho estudado bastante nos últimos meses sobre as tradições celtas, e cada vez me apaixono mais, principalmente sobre a história medieval, tema que tem me perseguido ultimamente, até na faculdade. 🙂
Sobre Mabon
Mabon é o equinócio de outono, também conhecido como Lar da Colheita. É o dia do descanso da colheita, no qual pagãos agradecem por tudo o que foi colhido durante o ano até o momento. É um dia de descanso, introspectivo, de reflexão e preparo para em breve, a entrada do inverno. Equivalente ao dia de ação de graças, esse sabbath é um ótimo dia para dedicar-se à casa, limpando, organizando, consertando objetos quebrados e abençoando o lar.
Com essa ótima energia, tirei o final de semana para uma grande arrumação do meu quarto. Removi objetos que não queria mais, separei várias sacolas de roupas para doação, modifiquei a disposição de alguns detalhes da decoração e comprei flores, muitas flores para alegrar um pouco o lar. Ainda que existam algumas pendências no meu quarto, senti o ambiente super leve, cheiroso e limpo, me dando mais energia para estudar, trabalhar e ler com tranquilidade. Também aproveitei a energia para tomar um banho de sal grosso com essência de alfazema, o que também ajudou muito na energização.
Pessoas normais vão ao mercado e acabam se empolgando comprando comida demais, ou até utensílios que não estavam planejados. Pessoas como eu, se empolgam com uma samambaia na promoção e volta pra casa com mais sacolas de plantas do que de comida. Prefiro ser essa mulher-samambaia!
Quero desejar um ótimo Mabon a todos que observam a roda do norte e um ótimo Ostara àqueles que comemoram pela roda do hemisfério sul.
Agora, não poderia escolher uma música melhor que Mabon, da banda Omnia, que eu tanto amo. Deliciem-se!
Omnia – Mabon

Playlist da semana: Músicas Medievais

Hoje estou inspirada com músicas medievais. Sou apaixonada pelos instrumentos celtas como a Harpa Celta, a flauta, violino e gaita de fole, e hoje estou escutando várias músicas no youtube, não apenas celta, mas de outras culturas também e decidi compartilhar com vocês. Espero que gostem!

E como bônus, vou colocar aqui um vídeo maravilhoso com 2 horas de música Celta, pra quem gosta.