E o meu sonho de consumo é…

Qual seu sonho de consumo? | Vida Minimalista #vidaminimalista

Em quantos blogs, sites ou até mesmo entre amigos ouvimos a expressão “sonho de consumo”? Sei que o consumo não está totalmente relacionado a comprar e gastar dinheiro, pois consumimos também, por exemplo, arte e cultura, mas será que pensamos em projetos pessoais quando sonhamos alto?

Não é errado sonhar. Aliás, devemos sim almejar algo, desejar crescer como indivíduo mesmo que isso não signifique ser bem sucedido no padrão que os outros esperam. Sonhando podemos visualizar uma meta e só assim podemos estabelecer um caminho a ser traçado até chegarmos lá. Mas nem sempre nossos sonhos de consumo estão relacionados a metas.

Meu sonho de consumo é um carro importado. Não, é um apartamento enorme na parte nobre da cidade. Ah, outro sonho de consumo meu é comprar naquela loja de roupas caríssimas. É aquele sapato da moda. É o celular do momento. Claro que vocês sabem que é uma ironia e o questionamento é: serei mais feliz se conseguir comprar o que quero? Vou sossegar após a conquista ou passarei a ter outro sonho de consumo?

A verdade é que nunca estamos satisfeitos com o que temos. Já vi muitas pessoas que após finalmente conseguirem obter seu objeto de desejo, não se importaram tanto com eles e passaram a desejar outros. Mas… aquilo não era o sonho a ser alcançado? O que aconteceu então?

Sonhar é legal, mexe com nosso imaginário. Acreditamos que seremos mais felizes e teremos mais status comprando determinado objeto, mas depois de comprado, parece que perde o sentido. E somos movidos pela necessidade de sentir aquilo novamente, aquele sentimento bom que o imaginário nos leva a ter, ao prazer no momento de pagar e pensar que “agora sou aquilo que imaginava, minha vida é outra”.

Mas percebemos que nada mudou ao nosso redor. Talvez um ou outro amigo comente o quão bonito é nosso tênis novo. E só. Mas somos insistentes e pensamos que talvez comprando aquele casaco que todos desejam, aí sim nossa vida vai mudar, pois com o tênis não deu muito certo. É um ciclo difícil de sair, mas não impossível.

Você já reparou que tudo o que temos hoje um dia foi um sonho de consumo, habitando nosso imaginário? Então aproveite! Dê valor àquilo que você se esforçou pra comprar. Pare de criar novos sonhos de consumo e crie mais planos pessoais.

Por um mundo com menos sonhos de consumo e mais sonhos que realmente são importantes para nós.

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Não somos melhores que ninguém

Não somos melhores que ninguém | Vida Minimalista | #vidaminimalista

É muito comum, com as facilidades da tecnologia e das redes sociais, que pessoas se agrupem por afinidades e não mais apenas por disposição física. Antes, um grupo de artesanato da Zona Sul do Rio de Janeiro, por exemplo, se reuniria em um local próximo, mas hoje já encontramos blogs sobre o assunto, com leitores do mundo inteiro. Quebramos os limites do físico e podemos espalhar nossas ideias ao mundo, a quem agradar.

Este é o exemplo do minimalismo como filosofia (ou estilo) de vida. Começou com um pensador ali, outro aqui, olhares tortos, críticas, experimentações e hoje podemos notar que se tornou um movimento grande, presente em vários continentes. Alguns são mais austeros, outros se cobram menos, mas a ideia de viver de uma forma simples, com o suficiente, tem mudado a relação de consumo de muitas pessoas.

Com isso surgem grupos para trocas de ideias, blogs, livros sobre o tema e assim é formada uma grande comunidade que defende o que acredita. Quem opta por esse estilo de vida, pode perceber os benefícios de se viver uma vida mais simples, se livrando do que não é importante, temos a tranquilidade de organizar a casa em menos tempo, de ficar em dia com nossos compromissos e também, de perceber o quanto nossa vida mudou para melhor.

No entanto, o fato de nossas vidas terem mudado para melhor, não significa que somos melhores do que aqueles que não vivem o nosso estilo de vida. Ser minimalista não significa pertencer a uma comunidade elitista, fechada, muito menos menosprezar aqueles que não veem a vida com o mesmo olhar que nós. É muito comum recebermos críticas por nossas escolhas, assim como é comum criticarmos quem não nos compreende. É importante pensarmos sempre que o que é bom para mim, pode não ser para o outro, e isso se aplica em tudo, desde modo de pensar, alimentação até mesmo religião.

Não existe nós (minimalistas) e os outros (resto). Fazemos parte de uma grande comunidade com diversidade de pensamentos, modos de viver e bagagem cultural. E essa riqueza cultural é o que nos torna belos e únicos. Devemos tomar muito cuidado, pois cada adepto ao minimalismo é diferente do outro. Eu penso de uma forma e cada um que me lê, pensa de maneira diferente. Não faço parte de uma corrente de A ou B, muito menos possuo ídolos minimalistas. Certa vez vi, em uma frase de facebook, algo que gostei bastante que dizia: “Não adianta fazer yoga, se não cumprimenta o porteiro“. E isso se encaixa muito com a mensagem que eu quero passar a todos vocês: O fato de eu ser hoje uma pessoa melhor do que ontem, não significa que eu seja melhor do que aquele que não partilha da mesma opinião que eu.

Conviver com pessoas não adeptas (ou até mesmo contrárias) ao minimalismo pode ser sim, uma grande dor de cabeça. Mas com muita sabedoria e paciência, podemos mostrar que viver assim nos faz bem. Podem nos chamar de malucos, de avarentos, do que for, mas no final, de quem é a vida que vivemos? Quem levará consigo toda essa experiência de vida? Eu sei que é muito difícil, mas se encontramos um modo de viver que nos faz bem, devemos mostrar através do nosso próprio exemplo, àqueles que são contrários ao que pensamos, sem pregar, sem querer impor e principalmente, sem nos fecharmos a um grupo. Ao contrário, devemos nos abrir e deixarmos que naturalmente percebam o porquê de nos sentirmos melhores. É difícil, mas bater de frente apenas causa desgaste emocional com algo que deveria recarregar nossas energias.

“O segredo é não caçar borboletas e sim, cuidar do jardim para que elas venham até você.”

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Então (não) é natal!

Santa Claus on Vacation in the Tropics

{foto: we ♥ it}

O ano de 2013 está passando rápido demais. Semana passada, ao passar de ônibus por uma rua do meu bairro, algo me chamou a atenção. Uma loja de decoração estampada em letras garrafais vermelhas na vitrine “Já é Natal!“. Não sei se as pessoas correm contra o tempo e acabam tendo esse tipo de comportamento ou se nós é que apressamos tudo. o comércio parece comandar o ritmo de nossos calendários com o intuito de vender, vender e vender. O lucro fala mais alto e isso não é culpa dos pobres vendedores, que estão ali ganhando o dinheiro da sobrevivência.

É muito difícil ser o diferente quando a massa caminha para um mesmo lado, mas todos nós podemos parar um pouco e refletir sobre nossos atos. Será mesmo que preciso consumir tanto, ser levado por essa onda? Será que não podemos fazer diferente, com criatividade, encontrar alternativas bacanas para que fujamos um pouco dessa pressão? Por que uma festa de natal tem que ser de determinada maneira? Quem determinou? E dia dos pais? Dia das mães? Dia das crianças?

O problema é que toda essa estrutura acaba excluindo quem não participa. Ou você entra no jogo, ou não faz parte dele. A questão é que não é tão fácil assim simplesmente não fazer parte mas podemos ter mais consciência do que fazer. Não temos total liberdade, isso é verdade. Temos uma falsa impressão de que somos livres, de que vivemos em uma democracia, mas a verdade é que temos liberdade dentro de um sistema pré-determinado, limitado. Estamos em uma comunidade, temos regras, vivemos sob influência de determinada cultura mas mesmo assim, ainda podemos dizer não a algumas coisas.

Vamos aproveitar o final de setembro, o mês de outubro, o de novembro e o de dezembro antes de pensarmos que já é natal? Não deixemos que isso influencie nossas vidas. Ainda há muito tempo para você conseguir lutar por aquele objetivo que determinou no começo do ano. Ainda há tempo de mudar, de fazer o que você ama, de tomar decisões importantes na sua vida. Não deixemos que o desânimo bata à nossa porta rindo e nos fazendo acreditar que o ano já acabou. Ainda há tempo. Há tempo suficiente se começarmos agora. Afinal, o calendário é apenas uma convenção humana.

Agora repita comigo: ainda não é natal.

(E não temos neve)

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