Categorias: Livros

Web 2.0 Redes Sociais – Antonio Spadaro

Quando a editora Paulinas entrou em contato comigo oferecendo alguns livros para que eu pudesse lê-los e compartilhar minha opinião, lembrei-me logo de um livro que li durante minha pesquisa de religiões e redes sociais, o Ciberteologia. Dentre algumas opções, fiquei curiosa em ler o Web 2.0 – Redes Sociais que é do mesmo autor, Antonio Spadaro, e hoje vim compartilhar minhas impressões sobre sua obra e o trabalho da editora que já acompanho há um tempo.

Antônio Spadaro é um padre jesuíta italiano, professor da Pontifícia Universidade Gregoriana. É autor de diversas obras sobre cultura e internet e tem publicado vários livros, como o Ciberteologia – que eu já havia lido – e este que apresento, o Web 2.0 – Redes Sociais.

O livro possui 151 páginas com uma bela diagramação usando fontes confortáveis impressas em papel branco. É um dos poucos livros que tenho lido impresso em cores, o que confere um visual moderno, mostrando o cuidado que a editora teve ao planejá-lo. Um detalhe interessante é que, cada capítulo – reservado a uma ferramenta da web diferente – possui a cor correspondente sinalizada em seu rodapé, sendo fácil encontrar a localização do capítulo sobre o Facebook, por exemplo, apenas procurando sua cor azul escura. O mesmo ocorre com o Blog, Twitter e os demais.

Capítulo falando sobre blogs

Web 2.0 é dividido em 9 capítulos, dentre os quais o primeiro analisa a internet como rede social, 7 abordam tais ferramentas (Blog, Podcast, Wikipedia, Second Life, Facebook, aNOBii e Twitter) e o último fala sobre segurança e privacidade. Spadaro defende que “a tecnologia não é inimiga das verdadeiras relações; ao contrário, pode ser sua melhor aliada” (p. 145), mas também completa que é necessário aprender a integrá-la no contexto da vida.

Apesar de voltado ao cristianismo, o autor faz sua análise e defende suas teorias de forma independente das influências teístas, complementando cada capítulo, porém, com observações de como organizações religiosas estão usando as mídias a favor de suas comunidades. Spadaro dá exemplos de Podcasts religiosos (Godcasts), grupos de discussões sobre o tema criados no Facebook e até igrejas, mesquitas e templos destinados a orações coletivas dentro do jogo Second Life. Para ele, “as formas de comunicação não são simplesmente ‘superadas’, mas integradas num nível superior” (p. 100).

Web 2.0 é voltado àqueles que querem pensar sobre as modificações ocorridas ao longo do tempo na internet em relação às organizações sociais, e como utilizar-se delas para melhorar a comunicação dentro de uma comunidade. Como já citado, o autor acredita que as relações humanas podem ser beneficiadas com os avanços da tecnologia, desde que haja uma correta integração com o cotidiano de seus usuários. É um bom livro para refletir sobre a Web 2.0 e inspirar-se para melhorar a comunicação interna de um determinado grupo social, seja ele religioso ou não.

Spadaro, A. Web 2.0 – Redes sociais. São Paulo: Paulinas, 2013.

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Categorias: Desapego

Quando é hora de dizer adeus?

Quantas vezes não nos sentimos deprimidos, sobrecarregados, sem espaço para começarmos algo novo? E quantas vezes planejamos algo que nos empolga, nos deixa maravilhados e ansiosos, mas que depois percebemos que não estávamos no momento certo ou que não poderíamos ter nos comprometido tanto?

Eu estava assistindo o vídeo da Fran, do blog Morando Sozinha, no qual ela anunciava o fim de seu blog pessoal, criado há pouco tempo, e que manteria apenas seu principal. O motivo? Estava sobrecarregada e não conseguia mais dedicar-se como antes aos dois, além de ter sobrado pouco tempo para a família e outros compromissos pessoais.

Achei muito bacana esta atitude e tenho certeza de que não foi fácil abrir mão de um trabalho para dedicar-se melhor a outro, e fiquei refletindo o quanto nos apegamos a algo que gostamos muito, mas que não temos coragem de dizer acabou, não dá mais.

Qual o limite da nossa persistência? Até que ponto devemos lutar por algo que não estamos gostando tanto, que está nos atrapalhando, mas que talvez não queiramos assumir para nos mesmos que fracassamos? Será que devemos usar a razão ou a emoção em uma hora dessas?

Outro exemplo que acompanhei, foi o da Jess, do blog Criativo Caos, que depois de cursar uma graduação de Pedagogia, se viu no último ano totalmente desestimulada a continuar, já que seu caminho estava tomando um novo rumo e lhe dando mais satisfação pessoal, além de ter se decepcionado demais com a desvalorização do pedagogo. O que aconselhar, afinal? Largue tudo, desapegue? Ou estimulá-la a aguentar firme por mais alguns meses e concluir sua graduação?

Existem casos e casos e acho que cada situação deve ser analisada pela própria pessoa que a está vivendo. Já abandonei um curso com o qual não me sentia feliz e dediquei-me mais a outro que me dava mais satisfação pessoal. Já criei alguns blogs, deletei outros, vou vivendo no modo da “tentativa e erro” e me sinto bem por ter tentado e também assumido quando já não estava mais dando certo.

Quantos relacionamentos nos fazem mal? Quantas amizades apenas nos deixam pra baixo? Quantas oportunidades perdemos quando tentamos manter em nossas mãos algo que está se deteriorando? Será que devo sair daquele emprego que me consome? Se eu desistir, serei um fracassado ou um vitorioso? Se eu permanecer, serei um acomodado ou persistente?

Acho que a autoreflexão é a melhor saída nestes momentos. Sentar, meditar, colocar no papel todos os prós e contras. Porque nem sempre desistir é fracassar. Mas também nem sempre permanecer é acomodar-se. Cada situação é diferente, cada indivíduo é diferente. Cabe a nós, apenas nós, refletirmos sobre o que funciona ou não, e estarmos preparados para lidarmos com as consequências, que nem sempre serão ruins.

E vocês, já abriram mão de algo muito importante em suas vidas? Foi melhor ou pior?

[imagem: We heart it]

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Categorias: Livros

O prazer da leitura

O prazer da leitura | Blog Camile Carvalho

Livros são como portais mágicos: nos transportam a um novo universo, a novas interpretações da vida e nos colocam frente à frente com diferentes arquétipos com os quais nos identificamos. Ler várias obras de diferentes autores e gêneros literários é muito importante pra obtermos conhecimentos amplos sobre outras culturas, pensamentos e sobre nós mesmos. Mas será que conseguimos extrair de um livro tudo aquilo que ele nos quer passar? Será que lemos com a devida atenção que uma obra clássica, por exemplo, merece?

Certa vez perguntei ao meu professor de Teoria da Literatura II sobre a releitura: afinal, o que é mais importante para um estudante que gosta de ler, mas não tem um conhecimento muito aprofundado na literatura: ler diferentes obras ou dedicar-se à releitura mais minuciosa? Achei interessante a resposta, de que um leitor, no início de uma graduação de Letras, por exemplo (nosso caso na época), que não teve uma base literária muito aprofundada no Ensino Médio (falha grave, Brasil), deveria se dedicar à leitura de diversas obras, claro, tentando absorver o melhor de cada livro. Só futuramente, depois de um conhecimento amplo sobre a Literatura, é que podemos nos dedicar com mais afinco à releitura. Mas, como fazer uma leitura mais profunda?

O ideal, antes de lermos qualquer romance, conto ou peça, é procurarmos informações sobre o autor. Uma rápida pesquisa pela internet nos trará dados básicos como em que período viveu, quais suas influências literárias (ou políticas), quantas obras publicou em vida entre outros detalhes. Situar o livro em um período histórico/literário também é desejável, pois nenhum texto é isento de opinião, isso significa que um escritor sempre transmitirá, em suas palavras, sua posição sobre o mundo que o cerca, seja através de críticas diretas como também através do silêncio.

Após conhecer um pouquinho sobre o autor, o contexto histórico e a fase literária na qual foi publicada, é hora de iniciar a leitura. Antes de querer fazer uma leitura em forma de competição, o melhor é ler com calma anotando passagens interessantes (muitos mantêm um caderninho literário), sem pressa de acabar. Tente lembrar do contexto pesquisado, faça ligações com a realidade, pois assim a leitura será muito mais prazerosa e sem dúvidas, mais útil. Afinal, é melhor lermos com qualidade do que exibirmos centenas de livros mal-lidos em uma prateleira.

E você, como é seu hábito de leitura? Gosta de devorar os livros ou mantém uma leitura devagar saboreando cada pedacinho do texto?