Categorias: Comportamento

Amor próprio

É muito difícil colocarmos em prática aquela famosa frase que diz que devemos primeiro nos amar, para depois amarmos aos outros. Na prática, temos tantas falhas, defeitos e insatisfação com nosso próprio corpo, sentimentos e atitudes que acabamos buscando no outro um complemento de nossas fraquezas.

Tendo clareza do que nos falta, acabamos depositando no outro expectativas de tampar aquele buraco que temos, aqueles defeitos que não sabemos como lidar e acabamos acreditando piamente que o outro nos completa.

Quantos relacionamentos não são assim? Quantas vezes pensamos que não sabemos viver sem o outro? Que sem determinado amigo/parente/namorado faltará uma parte de nós? Será que devemos mesmo depositar toda essa responsabilidade em outra pessoa, como se fôssemos incompletos?

Pode parecer egoísmo, mas cultivar o amor próprio – embora seja uma tarefa um tanto árdua – é essencial para um bom relacionamento. No momento em que temos a certeza de que não precisamos de ninguém para sermos felizes, de que podemos seguir tranquilamente nossos caminhos sem depender do outro, aí sim, estamos prontos para caminharmos juntos, dividir experiências e juntar as escovas de dentes.

Um bom relacionamento não é aquele no qual há a dependência, mas sim, aquele no qual há a soma, a amizade e o companheirismo. Jamais devemos ver no outro um ponto de apoio para nossas fraquezas, devemos sim, estarmos fortalecidos para uma troca de experiência, uma caminhada na qual todos se beneficiem e que possam, juntos, ter um propósito maior.

Amor próprio é a palavra-chave. Devemos cultivar nossas qualidades, sermos gratos por quem somos e valorizarmos a nós mesmos. Tentar transmutar o que há de ruim em algo bom e aprender com erros passados apenas nos torna mais fortes para enfrentarmos desafios futuros. Um relacionamento saudável é aquele no qual não há dependência um do outro, mas sim, união, soma e vontade de crescer juntos, sem que o outro se torne apenas uma bengala. Afinal, bengalas podem quebrar, causando mais transtorno àqueles que veem no outro apenas um ponto de apoio, e não um parceiro para uma nova jornada.

E você, está em paz consigo mesmo ou depende do outro para ser feliz? Vamos nos fortalecer para, em vez de necessitar do outro, distribuirmos amor? Afinal, um relacionamento saudável é aquele que soma forças e não fraquezas.

]]>

Categorias: Comportamento

Como a mídia afeta as mulheres

Esse vídeo está circulando pelo Facebook e quando o assisti, pensei em compartilhar aqui no blog para que outras pessoas também possam vê-lo. Vale a pena refletir sobre a que tipo de prisões estamos submetidos, principalmente mulheres (sem, porém, excluir homens que também estão sujeitos a imposições da sociedade). Para quem não puder assistir ao vídeo, fiz a transcrição para que possam acompanhar a palestra:

Como a mídia afeta as mulheres (matando-nos aos poucos)

As vezes as pessoas me falam: “você tem falado sobre isso há 40 anos. As coisas melhoraram?” E infelizmente tenho a dizer é que as coisas pioraram.

Anúncios vendem mais que produtos: eles vendem valores, imagens… vendem conceito de amor e sexualidade, de sucesso e, talvez o mais importante, conceitos de “normalidade”. Consequentemente, eles nos dizem quem somos e quem devemos ser.

Bom, e o que os anúncios nos dizem sobre as mulheres? Eles dizem, como sempre disseram, que o mais importante é como somos vistos. A primeira coisa que os anunciantes fazem é nos cercar com uma imagem da beleza feminina ideal.

As mulheres aprendem desde pequenas que devem gastar uma quantidade enorme de tempo, energia, e acima de tudo dinheiro, esforçando-se para alcançar esta imagem e sentem vergonha e culpa quando falham. E a falha é inevitável, pois o ideal é baseado na absoluta impecabilidade. Ela nunca teve linhas faciais ou rugas, certamente não há cicatrizes ou manchas. De fato, ela não tem poros. E o aspecto mais importante é que esta impecabilidade é impossível de se alcançar. Ninguém é assim, inclusive ela. E esta é a verdade, ninguém é assim.

Cindy Crawford sem e com maquiagem ^

A supermodelo Cindy Crawford disse uma vez: “eu gostaria de parecer a Cindy Crawford”. Ela não é nem poderia ser, pois esta é uma imagem criada durante anos de maquiagens e cosméticos, que hoje são facilmente feitos por retoque digital. Keira Knightley recebe um busto maior. Jessica Alba feita menor. Kelly Clarkson… bem, esta é interessante, pois diz “emagreça do seu jeito” mas ela de fato emagreceu via Photoshop.

Kelly Clarkson sem e com Photoshop ^

Você praticamente nunca viu a foto de uma mulher considerada bonita que não tenha sido retocada digitalmente. Todos nós crescemos em uma cultura onde o corpo das mulheres são constantemente transformados em objetos. Aqui ela se torna uma garrafa de cerveja, aqui se torna parte de um videogame e está em todo lugar, em todo tipo de anúncios, o corpo da mulher é transformado em coisas, em objetos. Agora, é claro que isso afeta a autoestima feminina. Isso também faz algo mais insidioso: cria um clima em que se difunde a violência contra a mulher.

Não estou dizendo que um anúncio como este causa diretamente a violência, não é tão simples. Mas tornar um ser humano em um objeto é quase sempre o primeiro passo que se dá para justificar a violência contra ele. Vemos isto com racismo, vemos isto na homofobia, vemos isso com o terrorismo. É sempre o mesmo processo, a pessoa é desumanizada e então a violência se torna inevitável. E este passo já foi e é constantemente dado com a mulher. O corpo da mulher é desmembrado em anúncios, cortado em pedaços, apenas uma parte do corpo é focada, que obviamente é a coisa mais desumanizante que se pode fazer a alguém.

Em todos os lugares, vemos o corpo da mulher transformado em coisas, e muitas vezes, apenas parte de alguma coisa. E as garotas hoje estão captando esta mensagem tão jovens… que elas precisam ser impossivelmente lindas, quentes, sexy e extremamente magras, e também captam a mensagem que vão falhar, que não há meios para se atingir isso. As garotas costumam se sentir bem aos oito, nove, dez anos, mas quando chegam a adolescência, é como se atingissem uma parede. E certamente, parte desta parede se dá por essa ênfase à perfeição física.

Agora veja, nós temos epidêmicas disfunções alimentares em nosso país e também ao redor do mundo. Eu venho falando sobre isso há algum tempo e penso que as modelos não podem ficar mais magras, mas elas ficam cada vez mais e mais magras. Ana Carolina Reston morreu há um ano de anorexia pesando cerca de 40 quilos. E na época ela ainda desfilava. Então, as modelos realmente não podem ficar mais magras. E aí o Photoshop veio ao resgate.

Entretanto, existem exceções. Kate Winslet fez uma declaração sobre a recusa em permitir que Hollywood ditasse o seu peso. Quando a revista GQ publicou uma fotografia de Winslet, que foi retocada para fazê-la parecer drasticamente mais magra, ela afirmou que a alteração foi feita sem o seu consentimento. E ela disse: Eu não sou assim e, mais importante, eu não quero parecer assim. Posso dizer que eles reduziram o tamanho de minhas pernas por 1/3.

Então, o que podemos fazer sobre tudo isso? Bem, o primeiro passo é ficarmos em alerta e prestarmos atenção e reconhecer que isso afeta a todos nós. Estamos falando de problemas na saúde pública. A obsessão por magreza é um problema de saúde pública. A tirania de uma imagem ideal de beleza, a violência contra a mulher, são todos problemas de saúde pública que afetam a todos nós. E estes problemas apenas podem ser resolvidos transformando o ambiente.

– Jean Kilbourne

]]>

Categorias: Desapego

Lista: do que estou desapegando…

Buscar uma vida mais simples e mais desapegada requer tempo, paciência e persistência. Às vezes não queremos mudar algo hoje, mas amanhã acabamos decidindo que algo já não combina mais com nosso estilo de vida. Refletindo sobre alguns hábitos que abandonei (ou estou tentando), resolvi compartilhar com vocês uma lista de pequenas mudanças.

Pensamentos negativos – desde que voltei a praticar Yoga, tenho tentado trabalhar bem esse aspecto. Quando algo ruim começa a surgir em minha mente, tento pensar no lado bom.

Amizades nocivas – sabe aqueles amigos que nos colocam pra baixo ou que não respeitam nossos sentimentos? Resolvi simplesmente deixá-los seguir seus próprios caminhos. Sem mágoas, sem ressentimentos, apenas me afastei (e me senti bem melhor!).

Impulsividade – sou uma ariana extremamente impulsiva. Quero tudo pra ontem e quando surge uma ideia nova, não penso duas vezes e já estou me atirando de cabeça. Hoje estou mudando bastante tentando pensar e repensar antes de qualquer decisão e a meditação tem me ajudado muito nesse aspecto.

Alopatia – decidi não tomar mais medicamentos alopáticos pra qualquer sintoma que aparece e estou buscando alternativas mais naturais. Se estou gripada, tento me alimentar melhor, usar aromaterapia e beber mais líquidos, por exemplo. Posso afirmar que me curo em um menor espaço de tempo do que quando tomava remédios nos primeiros sintomas.

Açúcar branco – não uso mais em nada que preparo em casa. Troquei o açúcar branco por açúcar demerara orgânico e pretendo ir mais fundo futuramente usando apenas o mascavo. Já tem alguns meses que fiz essa mudança e em alguns casos, como sucos, não adoço com nada.

Obrigação de ler livros – quando descobri alguns blogs literários, fiquei encantada como as blogueiras liam tantos livros em apenas um mês. Me senti uma estranha por não ler tanto, e passei a consumir vários livros, até o momento em que peguei um livro em minha prateleira e não sabia se já o tinha lido ou não. Foi o momento de refletir que tipo de leitura estava fazendo. Tenho o costume de ler rápido sim, sou do tipo de pessoa que se joga na história e não fecha o livro até acabar, mas sem pressão. Hoje não me cobro. Se quero ler, leio. Se não quero ou não gostei da história, fecho o livro e procuro outro.

MP3 – Eu tinha milhares no meu computador, vários álbuns completos ocupando espaço tanto no meu HD quanto no meu celular. Resolvi desapegar e assinar o Deezer e foi uma das melhores decisões que tomei. Mantenho hoje apenas uma pasta de músicas no meu computador, com alguns arquivos em MP3 de mantras que não encontro tão facilmente pela internet.

Hidratante corporal – não tenho o costume de usar cremes no corpo, mas mesmo assim sempre gostei de comprá-los. Era atraída pela embalagem, pelo cheiro, e quando via estava no caixa gastando meu dinheiro com algo que, para mim, era inútil. Desapeguei. Hoje uso óleo de coco natural no corpo logo após o banho (com a pele ainda úmida) e senti uma diferença enorme na hidratação.

Creme hidratante e para pentear nos cabelos – Uso apenas shampoo e condicionador, nada mais. Às vezes passo um pouco de óleo de coco nas pontas, para dar um brilho maior e nunca mais precisei fazer hidratação no cabelo nem usar cremes para desembaraçar. Sinto meu cabelo mais leve e mais brilhoso, sem muitos resíduos. Já foi o tempo em que eu usava shampoo, condicionador, creme para pentear e silicone nas pontas. Não sei como meu cabelo respirava!

Estou em um constante processo de mudanças, a cada dia tentando adquirir um novo hábito e abandonar outros que não me fazem tão bem. Alimentação, cosméticos e minha forma de pensar são os principais focos da minha mudança, mas agora quero saber de vocês. O que vocês desapegaram ultimamente? O que sentiram ao realizar tal mudança? Compartilhe conosco! Quem tiver blog pode escrever um post com sua lista e deixar o link aqui nos comentários!

]]>