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Para onde caminha a educação?



“Caia fora da educação enquanto é tempo, menina!”

Muito tenho escutado esse mantra dos professores com quem trabalho. Professores estes desvalorizados, cansados de lutar por algo sem um retorno. E o salário? Aonde se escondeu?

As crianças estão sim, muito diferentes. Desafiadoras, não aceitam tão facilmente ordens como as de antigamente, que, temerosas pela palmatória, sentavam-se rapidamente em seus lugares com suas colunas eretas, como um bom mocinho. Mas isso era realmente bom? Não, eu não acho bom. Educação, no meu entender, é preparar o indivíduo para a vida, para pensar, criticar, ser ~ou tentar~ ser livre, conquistar, desenvolver, e não obedecer sob a pena de punição. Somos seres humanos que temem o governo, temem a igreja, temem a escola. Só vivemos de forma correta, pois há o castigo, se não moralmente da sociedade, de forma punitiva pelas leis, usando um pouquinho do pensamentos de Durkheim.

A questão é, como fazer com que indivíduos se desenvolvam com a capacidade de respeitar uns aos outros, mas de forma natural? Como estimular suas criatividades? O que fazer na educação para formarmos alunos conscientes, sem que precisem estar enfileirados, seriados, fabricados nos moldes fordistas? A escola atual, por incrível que pareça, ainda está sob um modelo da época da revolução industrial, na qual deveria se formar trabalhadores capazes de operar as máquinas, dando início ao ambiente escolar como conhecemos hoje: Carteiras enfileiradas, professor superior na frente, silêncio, obediência, esse passou, esse está reprovado. Mas já está mais que provado que cada indivíduo possui seu próprio tempo de desenvolvimento, precisa de seu próprio espaço, tem seu próprio ritmo, mas continuamos insistindo em obter belos frutos de uma árvore com raízes podres. Claro, é mais fácil manter como está, mas esse esquema não funciona mais.

Prova não avalia aluno. Não somos todos iguais em relação a desenvolvimento, portanto, indivíduos da mesma idade não têm obrigação de saberem o mesmo conteúdo, possuírem o mesmo desempenho, além disso, caneta vermelha apenas humilha. Vamos tentar educar para a verdade, para a liberdade, para o desenvolvimento pessoal, e não para serem mais um robô programado pra só dizer sim em frente a uma TV à cores, citando Cazuza, com medo da igreja, com medo de um Deus castigador, com medo de um governo que nos oprime e nos impede de pensar, com medo de um mundo lá fora. Vamos ensina-los a parar de ver as sombras na parede e ver o que está realmente lá fora da caverna?

Professores antigos, transmitam suas energias pra quem está chegando! E vamos nessa!
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Documentário: Reds (1981)

Hoje vou falar sobre o filme/documentário que assisti ontem: REDS.

O documentário estrelado por Warren BeattyDiane Keaton e Jack Nicholson conta a história de John Reed, importante e radical jornalista Norte-Americano que ficou conhecido por cobrir diversas greves de trabalhadores e manifestações da Revolução Mexicana. Enviado à Europa para fazer a cobertura da Primeira Guerra Mundial, acabou se envolvendo com a Revolução Bolchevique, partindo então para a Rússia, onde conheceu Lenin, Trotsky e outras personalidades importantes da revolução.

O filme mostra também seu relacionamento com Louise Bryant, jornalista e escritora simpatizante do movimento feminista, por quem se apaixonou ainda em Portland. Reed tornou-se uma figura importante para o Partido Socialista dos EUA, ajudando na fundação do Partido Comunista dos Trabalhadores, disputando seu reconhecimento e legitimação pelo recém formado Communist International (Comintern), ou Internationale.

O jornalista é autor de um dos livros mais importantes como registro jornalistico. Dez dias que abalaram o mundo é um testemunho de quem viveu em meio aos acontecimentos da Revolução Russa, sendo considerada a obra que inaugurou a reportagem do jornalismo moderno, além de ser um clássico livro para quem quer compreender de perto os detalhes da Revolução Bolchevique.

O documentário é do gênero drama biográfico e tem 194 minutos. Embora longo, valeu muito à pena assisti-lo até o final. A dica é assistir o filme e depois ler Dez dias que abalaram o mundo. Conhecer as condições em que a obra foi escrita torna a leitura muito mais interessante e realista.

Rate: ♥♥♥♥♥

Print de algumas cenas: