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Destino: Floripa

E não é que vim mesmo pra Floripa? Comprei as passagens, peguei o voo das 9 e aqui estou. Foi a primeira vez em que fui pra uma cidade sem expectativa nenhuma e isso é muito bom. Geralmente temos no nosso imaginário um ideal de como será a cidade. Paris, Nova Iorque, São Paulo e Brasília, todas elas possuem uma certa idealização do que iremos encontrar, mas com Floripa não foi assim. Eu apenas sabia que tinha praia, fazia frio e que era uma ilha.
Descobrir as peculiaridades daqui está sendo muito divertido. Surpreender com alguns detalhes do cotidiano é o melhor de uma viagem, principalmente quando estamos em um hostel convivendo com pessoas de diversas partes do Brasil – e do mundo. Assim que cheguei fui no Shopping Iguatemi almoçar. Totalmente diferente do Iguatemi do Rio de Janeiro e principalmente de São Paulo. Poucas lojas, pouco movimento, me senti em uma cidade de interior. Aqui parece que o tempo corre mais devagar, as pessoas não têm tanta pressa e os carros param quando precisamos atravessar a rua embora meu espírito carioca não me faça arriscar antes que reduzam e pisquem os faróis como quem diz “atravessa logo, garota, não vê que aqui é diferente?”
Cansada da viagem coloquei minhas malas no quarto das meninas e escolhi minha cama – no alto. Com o notebook no colo e prestes a me jogar na cama pra dormir por horas, a curiosidade de saber a senha do Wi-fi me fez ir até a sala, onde estavam uns meninos arrumados pra sair.
– Olha, a senha é *****, tenta lá. Estamos indo no barra-lagoa-praia-sei-la-o-que, quer ir conosco?
– Claro! – respondeu a aventureira que vos fala.
Peguei minha bolsa e saí sem rumo, confiando que eles sabiam pra onde estavam indo.
– Aonde fica esse lugar?
– Não sabemos nada daqui, vamos tentar descobrir, o “tchi” está com o mapa e vai nos guiar.
Olho para o tal “tchi” e ele solta um “Hi, I´m from Thailand, I don´t speak portuguese”.
Challenge accepted.

Depois de pegar uns 3 ônibus (sim, isso aqui é normal, tem vários terminais e temos que trocar de veículo o tempo todo), o “tchi” levanta no meio de uma avenida beira-mar e diz “I´ll stay here, bye”. Como assim vou ficar por aqui? A porta do ônibus fechou-se e nós 3 ficamos com cara de bestas tentando entender o que o doido havia feito. Um paulista, um sulista e uma carioca no ônibus em uma cidade desconhecida sem o mapa nas mãos. A única saída foi seguir até o ponto final, a Barra da Lagoa.

Depois de várias fotos, aguentar a longa caminhada pela areia – achei que eles queriam chegar em Copacabana – e fazer uma trilha louca pra chegar na tal cruz e ouvir resmungos decepcionados de que achavam que teria algo além de uma cruz (e encontrar uma mulher vendendo bombom de morango ao lado de uma privada com samambaias na trilha), pegamos os 3 ônibus de volta e caminhamos até uma pizzaria com a melhor pizza que já comi ever. Agora estou aqui, no hostel da Diva com 2 gatos passeando pela sala e o cachorro deitado sobre meus pés depois de tomar o café da manhã. E que café ótimo!

Depois de conversar com o “tchi” (sim, ele voltou são e salvo) sobre os lugares históricos daqui, me deu vontade de conhecer a região dos Sambaquis com ele. Mas meus compromissos na cidade não me permitiram ir e talvez isso seja bom, não estou com vontade de me perder de um tailandês turista que não fala nosso idioma. Hoje não.

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