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Sobre reeducação digital

A necessidade de fazer uma reeducação digital | Camile Carvalho, blog Vida Minimalista
foto: unsplash

Vivemos em uma época de excesso de estímulos digitais. Televisão, smartphone, caixa de email, facebook e twitter são apenas alguns exemplos de tecnologias que podem desviar nossa atenção e atrapalhar nossa produtividade. Quem nunca pensou como seria passar pelo menos uma semana longe de toda essa tecnologia numa reeducação digital?

A repórter Carolina Bergier, da revista Vida Simples resolveu aceitar o desafio e relatou em um artigo como foi passar a semana inteira afastada dessas distrações. Com algumas regras para estabelecer limites do uso da tecnologia, a jornalista sentiu-se desacelerar. As regras foram claras: só poderia checar o e-mail 2 vezes ao dia, permanecer no máximo 15 minutos nas redes sociais (e com uma aba aberta no navegador apenas), utilizar o telefone apenas para fazer chamadas quando não estivesse conversando com alguém ou se alimentando, checar mensagens do celular uma vez ao dia, não ler jornais durante o café, nada de TV e o principal, fazer uma atividade por vez.

Carolina conta que se sentiu dona de seu próprio tempo. Com uma lacuna livre, pôde caminhar pela praia até o local de seu compromisso, visitou amigos e prestou mais atenção no percurso até o seu trabalho, reparando melhor em detalhes que provavelmente passariam despercebidos se estivesse escutando MP3. Contou também, que havia questões de sua própria personalidade que surgiram em sua mente e que ela teve que enfrentar, como se estivessem escondidas por debaixo do tapete e que nessa situação, foram descobertas. Conseguiu trabalhar melhor e sua produtividade aumentou, pois estava dedicada a cada atividade por vez sem preocupar-se com outros assuntos. Por outro lado, queixou-se de ter engordado um pouco, já que certa ansiedade, facilmente espantada pela internet, a fez comer mais. A semana, segundo Carolina, valeu muito à pena, pois lhe trouxe importantes ensinamentos. “É um presente estar presente”, afirma a repórter, que apesar de todos os benefícios, sentiu saudades de seu smartphone.

Hoje todos nós dependemos, de uma forma ou de outra da tecnologia. É fácil cortar a TV, mas difícil abandonar as redes sociais. Para outros, deixar de usar o Twitter é simples, pois não é importante, mas nunca ficaria em casa com a TV desligada. Cada um de nós tem seu estilo de vida e suas demandas, sejam elas ligadas ao entretenimento ou no meio profissional. Mas e você? Teria coragem de ficar uma semana sem usar a tecnologia? Ou sejamos menos radicais, como a repórter: conseguiria estipular normas de uso reduzindo ao mínimo possível? Como acha que encararia todos esses dias?

Talvez reclamar do excesso de dados aos quais estamos expostos não seja uma boa solução. Cada um de nós precisa ter seu próprio filtro, e sendo assim, observar a maneira como usamos a tecnologia. Vale lembrar que ela deve estar a nosso favor e prestando-nos um serviço, não o oposto. Uma dieta digital pode ser muito útil atualmente.

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Hasta luego, Floripa!

Foram quatro dias em Floripa e já me sentia em casa. O que me resta é saudades, mas não apenas do lugar em si, mas das pessoas incríveis que lá conheci. Posso listar uma série de características da cidade, mas o que mais me encantou não foram os concretos e a estrutura, mas sim seus habitantes. A educação de lá não se compara à do Rio de Janeiro. Quantas vezes corri para atravessar uma rua e só depois me dei conta de que não seria atropeladas, pois os motoristas respeitam os pedestres? Nos restaurantes, mesmo os pequenos, a forma educada como fui tratada me surpreendeu. Dar bom dia aos outros pelas ruas não te torna um bicho de 7 cabeças e puxar assunto com pessoas aleatórias que dividem a mesa da lanchonete não te torna um ser inconveniente.
Confesso que embora as praias sejam lindas, não foram o ponto alto da minha visita. Um tanto esperado de uma carioca que não frequenta Copacabana nem Ipanema por simplesmente não ligar para praias, mas que prefere feirinhas, um bom café e livrarias. Fui atraída pelas lojinhas quase-hippies, mercadinhos alternativos e boas histórias, as quais escutei atentamente do José, dono de uma lojinha de artesanatos na Lagoa da Conceição – e que me presenteou com um lindo cartão postal da região.
Meu lado consumista me guiou até o Centro da cidade. Saindo ali no terminal TICEN, logo em frente é possível ver uma multidão de barracas e ruas,  o mercado popular. São lojas e mais lojas com produtos e preços convidativos em meio a construções históricas, mas que acabei não consumindo nada além de um lanche antes de pegar o ônibus para a lagoa.
Na volta, mesmo a Avianca me fazendo esperar no aeroporto de Guarulhos das 8:20 às 11:50 devido à conexão e atrasando o voo pra 12:40, fui presenteada com imagens belíssimas lá do alto, que me fizeram pensar que, se o avião ali explodisse, eu morreria feliz. Acho que me candidatarei para uma viagem a Marte. Ver o planeta de cima é uma experiência inexplicável.

Categorias: Floripa, Turismo

Destino: Floripa

E não é que vim mesmo pra Floripa? Comprei as passagens, peguei o voo das 9 e aqui estou. Foi a primeira vez em que fui pra uma cidade sem expectativa nenhuma e isso é muito bom. Geralmente temos no nosso imaginário um ideal de como será a cidade. Paris, Nova Iorque, São Paulo e Brasília, todas elas possuem uma certa idealização do que iremos encontrar, mas com Floripa não foi assim. Eu apenas sabia que tinha praia, fazia frio e que era uma ilha.
Descobrir as peculiaridades daqui está sendo muito divertido. Surpreender com alguns detalhes do cotidiano é o melhor de uma viagem, principalmente quando estamos em um hostel convivendo com pessoas de diversas partes do Brasil – e do mundo. Assim que cheguei fui no Shopping Iguatemi almoçar. Totalmente diferente do Iguatemi do Rio de Janeiro e principalmente de São Paulo. Poucas lojas, pouco movimento, me senti em uma cidade de interior. Aqui parece que o tempo corre mais devagar, as pessoas não têm tanta pressa e os carros param quando precisamos atravessar a rua embora meu espírito carioca não me faça arriscar antes que reduzam e pisquem os faróis como quem diz “atravessa logo, garota, não vê que aqui é diferente?”
Cansada da viagem coloquei minhas malas no quarto das meninas e escolhi minha cama – no alto. Com o notebook no colo e prestes a me jogar na cama pra dormir por horas, a curiosidade de saber a senha do Wi-fi me fez ir até a sala, onde estavam uns meninos arrumados pra sair.
– Olha, a senha é *****, tenta lá. Estamos indo no barra-lagoa-praia-sei-la-o-que, quer ir conosco?
– Claro! – respondeu a aventureira que vos fala.
Peguei minha bolsa e saí sem rumo, confiando que eles sabiam pra onde estavam indo.
– Aonde fica esse lugar?
– Não sabemos nada daqui, vamos tentar descobrir, o “tchi” está com o mapa e vai nos guiar.
Olho para o tal “tchi” e ele solta um “Hi, I´m from Thailand, I don´t speak portuguese”.
Challenge accepted.

Depois de pegar uns 3 ônibus (sim, isso aqui é normal, tem vários terminais e temos que trocar de veículo o tempo todo), o “tchi” levanta no meio de uma avenida beira-mar e diz “I´ll stay here, bye”. Como assim vou ficar por aqui? A porta do ônibus fechou-se e nós 3 ficamos com cara de bestas tentando entender o que o doido havia feito. Um paulista, um sulista e uma carioca no ônibus em uma cidade desconhecida sem o mapa nas mãos. A única saída foi seguir até o ponto final, a Barra da Lagoa.

Depois de várias fotos, aguentar a longa caminhada pela areia – achei que eles queriam chegar em Copacabana – e fazer uma trilha louca pra chegar na tal cruz e ouvir resmungos decepcionados de que achavam que teria algo além de uma cruz (e encontrar uma mulher vendendo bombom de morango ao lado de uma privada com samambaias na trilha), pegamos os 3 ônibus de volta e caminhamos até uma pizzaria com a melhor pizza que já comi ever. Agora estou aqui, no hostel da Diva com 2 gatos passeando pela sala e o cachorro deitado sobre meus pés depois de tomar o café da manhã. E que café ótimo!

Depois de conversar com o “tchi” (sim, ele voltou são e salvo) sobre os lugares históricos daqui, me deu vontade de conhecer a região dos Sambaquis com ele. Mas meus compromissos na cidade não me permitiram ir e talvez isso seja bom, não estou com vontade de me perder de um tailandês turista que não fala nosso idioma. Hoje não.